Algo amarrotadas e de efémera existência, estas enormes flores de esteva (Cistus ladanifer) estão entre as minhas favoritas. Não sei quantas vezes já o disse aqui, mas nunca é de mais recordá-lo. E quando o intenso aroma a mel está associado às plantas, sobretudo após alguma chuva e algum calor, então, fico encantado e nostálgico, recordando as minhas primeiras memórias das viagens ao Algarve. Bastava-me entrar na zona da serra, logo após o baixo Alentejo, onde esta planta é muito comum, e logo a minha mãe (uma filha do Algarve) dizia: "Já cheira ao Algarve..."
E assim fiquei com a mais doce memória desta região, associada ao perfume que, generosamente, se liberta dos matos compostos por estevas. Se houve algo que contribuiu para que ficasse a residir por cá, esse algo passou por estes aromas, que nenhuma outra região do mundo, por onde andei e vivi, durante tantos anos, me proporcionou.
A caminhada de ontem passou por um dos percursos da Via Algarviana onde encontrei as maiores e mais belas flores que vi até hoje, e isso talvez explique a quantidade de vezes que parei para fotografá-las, a maioria das 524 fotos que tirei...
Fica aqui o meu tributo às flores da esteva do reino dos Algarves, o que, por si só, seria capaz de me fazer voltar a percorrer os 30 km do percurso.