domingo, 31 de outubro de 2010

Foto do dia ("Casa Catita")

Aloe saponaria




No jardim da Casa Catita, tenho cerca de vinte variedades de aloés, e o mais comum é este. Tal como os outros, é mantido facilmente sem rega durante o Verão e, com as primeiras chuvas, "engordam" e proliferam rapidamente, formando tapetes como se pode ver nas imagens. Neste caso, há cerca de cinco anos atrás plantei cerca de quinze ao longo do passeio e já se reproduziram às centenas, transformando-se num viveiro onde me forneço para incluir em outros jardins. Esta é uma planta que aconselho para jardins rochosos e muito pouco exigentes.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Basalto


Estas pesadas "bolas" de basalto, ricamente ornamentadas por líquenes e musgos, são um dos meus elementos favoritos nos jardins que construo. A meu ver, são pedras muito interessantes e, infelizmente, pouco utilizadas em espaços verdes. São verdadeiros pontos de focagem em jardins, e verdadeiros jardins em miniatura, graças à gama cromática criada pelos líquenes.
Estas imagens foram recolhidas numa povoação próxima de Sintra, onde uma das características típicas é a existência de muros construídos com estas pedras redondas, brincando com a lei da gravidade; para outro tipo de construções (sobretudo habitações), com um ar mais "equilibrado", a população local viu-se na obrigação de as lapidar laboriosamente.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Do lixo para o jardim...


Há alguns meses atrás, ao conduzir em Porches, reparei na existência destas duas portas encostadas a uma parede, o que me despertou a curiosidade. Decidi abordar o proprietário para saber o que ele pretendia fazer com elas, por exemplo, vendê-las, e recebi um redondo não, dizendo que nem sabia o que fazer com elas. Hoje de manhã, lá ia eu feliz da vida a conduzir a minha carrinha, quando, de repente, um azul familiar chamou por mim, por detrás de um caixote do lixo! Qual não foi o meu espanto quando verifiquei que eram as ditas cujas, jogadas fora e entregues ao seu destino!
Este tipo de portas fez parte de uma moda, um estilo, no Algarve, e não só, entre as décadas de 1930/1940, de estilo art déco, de tendência algarvia, se tal referência me é permitida. Hoje em dia, são facilmente trocadas por qualquer porta de alumínio a metro, sem personalidade... Mas ainda bem para mim: mais uma vez, e como já é habitual, estes achados vêm-me parar às mãos, mais cedo ou mais tarde! Infelizmente, o seu estado já não permite usá-las como portas, mas são excelentes elementos decorativos, acrescentando mais alguma fantasia ao jardim da "Casa Catita", e onde poderão ter um fim digno.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dica: sebe de medronheiros


Cientificamente conhecido por Arbutus unedo, o medronheiro é um dos arbustos perfeitamente adaptados ao país e que gosto de usar nos meus espaços. Associada a este arbusto, particularmente ao seu fruto, está a aguardente de medronho, bem típica do Algarve. Mas, de algum tempo a esta parte, tenho tentado dar outros usos ao fruto, por exemplo em sobremesas, como o semi-frio que está na foto, ou compotas. Mas o fruto também pode ser consumido ao natural, sem receios de nos embriagarmos, como muitas vezes se diz...
O medronheiro pode ser utilizado em sebes, com a vantagem de não necessitar de regas, e mantém-se com poucas podas. Por outro lado, as cores que o fruto atravessa até amadurecer são um espectáculo para os olhos. O que é curioso é que, sendo esta uma planta mediterrânica e bastante comum, raramente é escolhida para sebes ou para ser incluída em jardins.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Almoço do dia...


... no jardim da Tina, entre família e amigos (eu estou atrás da câmara...). Este jardim foi um dos primeiros que fiz no Algarve, e é um daqueles espaços que nunca estão prontos.

Dica: troncos no jardim

Aqui está um elemento natural que vai muito bem com jardins de baixa manutenção. Estes são alguns dos exemplos de algumas utilizações que tenho feito; o segredo está sempre na forma dos troncos e no seu estado de decomposição/conservação. Pessoalmente, gosto de utilizar troncos de amendoeiras e, felizmente, são fáceis de obter no Algarve. Algumas das vantagens associadas à utilização destes elementos, seja como peças decorativas ou como suportes/vasos para plantas, é que, com a sua decomposição são libertados sais minerais que servem de alimento para as plantas que estão próximas. Quando utilizados como vasos, costumo brincar chamando-lhes "vasos comestíveis", dado que as plantas que coloco neles também se alimentam deles, com essa mesma decomposição... É, sem dúvida, a natureza no seu melhor, e desta forma abdico de fertilizações artificiais.
Infelizmente, ainda não temos um local onde possa ser possível adquiri-los, tendo que procurá-los no campo e, se necessário, negociar com o proprietário do terreno onde se encontram. E trata-se de um elemento que pode permanecer durante muitos anos num jardim.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dica: explosão de cores




























Para ter um jardim assim na Primavera, é melhor começar já hoje a trabalhar: esta é a altura para plantar estes chorões (Carpobrotus) e Massarocos (Echium Candicans). Neste jardim em concreto, todas estas plantas foram plantadas de estaca, normalmente obtidas a partir de plantas adultas de outros jardins. Esta é a forma mais económica de fazer inveja aos vizinhos... Ambas são plantas que abdicam de rega durante o Verão, o que é ecologicamente correcto nos dias que correm, sobretudo no Algarve. 

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Agaves para oferta...




Tenho algumas centenas de pequenas plantas de agave para oferecer... Estou disponível para enviar amostras a quem desejar ou, se passarem pelo Algarve, melhor ainda, podem recolhê-los no local.
Esta espécie é relativamente rara no nosso país, eu próprio não tenho a certeza do seu nome, mas trata-se de uma variedade que, quando adulta, chega a alcançar 80 cm de altura, e é uma das espécies adequadas para vasos, como se pode ver numa das fotos. Também é adequada para jardins rochosos, e uma das suas características é a sua grande resistência à falta de água. O espigão de inflorescência que produz no final da sua vida chega a alcançar cerca de 4 metros de altura. Depois de seco, tenho por hábito utilizá-los colocados na vertical em alguns recantos de jardins, para servir de pouso para as aves, sendo muito leve mas muito resistente também. No passado, por estas características, estas inflorescências dos agaves chegaram a ser utilizadas como mastros para pequenas embarcações.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Fim-de-semana no Alentejo (2ª parte)


Nada como queimar algumas calorias durante um fim-de-semana de excessos, passado no monte familiar do Alex e da Florbela... Não foi só lazer, como poderia parecer pelas fotografias da 1ª parte destes dias, mas também "prazer", com algum tempo de ginásio ao ar livre! E isto foi o produto final de algumas horas de trabalho, algumas pedras e músculos à mistura, incluindo plantas selvagens transplantadas. E terá sido, talvez, a primeira semente deste jardim em potência, a ser completado em próximas visitas.
As pedras utilizadas para fazer o muro foram grandes pedaços de quartzo recolhidos à volta da herdade, e no pavimento e degraus utilizaram-se algumas lajes de xisto recicladas de um antigo pavimento e pedaços mais pequenos existentes na área. O objectivo do socalco é reter as terras que costumam ser arrastadas pela água das chuvas.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Chrysanthemum





Este recanto bem colorido, criado hoje, é constituído por "despedidas de Verão", ou crisântemos, suculentas e algumas pedras de Sintra. A meu ver, trata-se de um excelente apontamento de cor para um espaço pequeno, como é o caso, e para compensar os dias de menos sol... É uma planta fácil e muito pouco exigente, e existem dezenas de variedades.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dica: esteva, esteva nossa






Vulgarmente conhecida como esteva, e cientificamente conhecida por Cistus, é um dos arbustos ou sub-arbusto mais comuns no nosso país. O seu aroma há muito que faz parte da memória dos povos do Mediterrâneo; por exemplo, já os romanos extraiam o seu óleo para uso quotidiano em perfumaria. Está normalmente relacionada com paisagens de solos muito pobres, e é conhecida pela sua resistência à falta de água, sendo, portanto, uma planta rústica. Tem sido uma das minhas plantas favoritas quando crio espaços novos, sobretudo pelas suas características aromáticas facilmente apreciadas quando se caminha junto delas. O seu aroma é bastante peculiar, ligeiramente adocicado, sobretudo quando existe humidade no ar. É umas das plantas que aconselho para jardins de baixa manutenção, e que, quando combinada com outras plantas aromáticas (alfazemas, tomilhos, e alecrins), ajudam na criação de uma paleta de aromas ricos e únicos.
É neste período do ano que o transplante é aconselhado, pois a planta ainda está adormecida, após um longo período de calor. No transplante, é sempre aconselhável trazer as raízes envolvidas no bom torrão do local onde estava originalmente, para facilitar a sua adaptação ao espaço novo. A floração tem início no Inverno e prolonga-se pela Primavera.
A maior parte das fotos foram tiradas num jardim que criei em Porches (Algarve).

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O meu viveiro secreto de suculentas





Neste espaço reúno a minha principal colecção de suculentas, e todos os anos retiro pequenas podas para plantar em novos espaços. Este viveiro é-o também de memórias, pois quase todas elas estão associadas a momentos importantes dos últimos anos. Está "escondido" num pequeno pátio de uma casa, por cima de uma cisterna que armazena a água da chuva, água essa utilizada para regar. Daí o bom aspecto das plantas.

Dica: videira-pérgola




Este foi o aspecto da zona de sombra junto à piscina, durante este Verão. Esta videira alimentou a família e amigos durante toda a estação, produzindo mais de 100kg de cachos além de ter proporcionado uma sombra refrescante junto à piscina, quase sombra extravagante pela luxúria de frutos! E quando a sombra deixa de ser necessária, as folhas caem e permitem banhos de sol...
Quantos de nós não terão memórias destas das casas dos avós? Trata-se, ainda, de um espaço verde duplamente utilitário, com um aproveitamento inteligente da água para regas.

domingo, 10 de outubro de 2010

Fim-de-semana no Alentejo (1ª parte)




Detalhes de uma pequena parte do nosso Alentejo, na zona de Barrancos. Este foi um fim-de-semana muito bem passado entre amigos.

Jantar na Catita







Um pequeno grupo de amigos (portugueses e alemães) juntou-se na Catita para um jantar no jardim... A ementa girou à volta de um cuscuz de frango preparado no jardim, e regado com um excelente vinho tinto!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ciprestes da Casa Catita












Por uns, odiados, por outros, amados, os ciprestes (Cupressus sempervirens) são uma excelente opção para pequenos espaços verdes. Sempre senti uma forte atracção por esta árvore e tem sempre feito parte dos cenários que tenho criado. Na minha opinião, a sua elegância e a sua verticalidade dão uma outra dimensão ao espaço; e sendo uma árvore "nossa"  mediterrânica, acaba por ser, sem dúvida, uma escolha adequada ao nosso clima. Infelizmente, é uma árvore muitas vezes associada a cemitérios, e, por isso, não escolhida com frequência para outros locais. E são excelentes locais de nidificação para várias espécies.
Neste jardim, durante os últimos 9 anos, plantei 11 ciprestes e, infelizmente, acho que já esgotei a sua capacidade para plantar mais. Gostava de poder, como sempre sonhei, criar um labirinto de ciprestes, mas ainda não encontrei o local indicado...
Podíamos ter como referência o que se faz com eles noutros locais, como na Toscana ou na Provença... Originária de Chipre (daí o seu nome), pensa-se que terão sido os Romanos a trazê-la para a Península Ibérica.