Os fiscais das minhas obras...

Ando sempre com o coração nas mãos, com medo de ser multado! Alguns têm mesmo cara de mau...

Dica: arroz doce "diet"...

... para ver e não para comer! Sou um perdido por arroz doce, especialmente pelo da minha amiga América. Foi nele que me inspirei para criar este espaço: usei brita muito pequena (também conhecida por "bago de arroz", em que uma tonelada, comprada na pedreira, custou €4...!) e, como substituto da canela, uns seixos rolados castanhos, encontrados junto da barragem do Pedrógão, no Alentejo. Por debaixo da brita, foi colocada uma tela permeável para evitar o crescimento de erva mas, mesmo assim, permitir a infiltração de água. Chegada a noite, o centro de cada cornucópia é iluminado por pequenas velas, para permitir uma outra leitura, mais mágica. 

E assim, com muito pouco dinheiro, arranjei esta solução para preencher uma área de muito fácil manutenção, com cerca de 12m2! Uma das minhas preocupações é sempre o controlo do gasto de água, e o Algarve não se pode dar ao luxo de a esbanjar.

As folhas do meu jardim

Uma das minhas assinaturas, nos jardins/espaços que faço, são estes seixos em mármore ou em grés vermelho do Algarve. A meu ver, é uma forma interessante de atrair o olhar para determinados recantos que, de outra forma, poderiam passar despercebidos.

E quem diz folhas, diz um qualquer outro motivo, tendo já usado caras de anjo, pequenos nichos para pequenas velas, alguma simbologia, ou até réplicas de frisos romanos. Em relação a estes últimos, o aspecto interessante é que podem confundir-se com peças verdadeiras...

O meu último projecto

Trata-se de uma pequena piscina para ser utilizada durante o Verão, e que, durante o resto do ano, é um reservatório de agua disponível para regar o jardim. A varanda é em ferro (tenho outra em stock), data dos anos 1930, e fez parte de uma casa do centro histórico de Loulé, infelizmente já demolida. Foi encontrada através de um jornal de classificados no Algarve (com a descrição "duas varandas velhas por 50€"...!!). Um achado, diria eu! E, claro, uma sugestão sobre como reutilizar este tipo de património.

À noite, o espaço ganha uma mágica especial, utilizando velas, tochas, nichos iluminados, reforçada com as silhuetas dos ciprestes e das figeiras...

Habitantes do Algarve

Ele é um escorpião, mais conhecido por lacrau, bastante comum no Algarve, encontrado debaixo de uma pedra.

Ela é a lagarta da borboleta caveira (Acherontia atropos) uma das maiores e mais pesadas da Europa! Quem não se lembra dela no "Silêncio dos Inocentes"?

Muito rara em Portugal, tive a sorte de a encontrar, há algum tempo, a passear debaixo de uma alfarrobeira. Bicharoco fantástico! Está em cima da minha mão, e era do tamanho do meu dedo indicador.

Hobby à tarde...

... na praia do Carvalho (Algarve). Dois dos melhores exemplares de ouriço-do-mar fossilizados (antes e depois da limpeza) que já encontrei! Estou cansado, mas o dia valeu a pena...

Hobby matinal...

... na praia João d'Arens (Algarve), hoje. Considero esta uma das mais bonitas praias do país, e felizmente uma das menos conhecidas pelas massas!

Dica: Reciclar água

Sugestão para aproveitamento das águas de um duche exterior, por exemplo junto a uma piscina. A planta  utilizada (inhame-coco ou inhame dos Açores, nome comum dado à espécie Colocasia esculenta) foi encontrada, há um ano atrás, com muito mau aspecto, junto a um caixote do lixo e, neste momento, as folhas maiores têm mais de 1 metro de altura graças à localização escolhida. Mais um exemplo de manutenção zero.

Dica: Jardins suspensos

Aqui vai uma sugestão para espaços mais pequenos: plantar na vertical, utilizando as paredes de socalco como suporte para algumas plantas, utilizando agaves, clívias e, por exemplo, uma videira que proporciona uma sombra generosa, reduzindo a necessidade de água que as plantas poderão ter.

Aspectos do meu jardim...

... que fiz para a Tina! Um pouco da Madeira, um pouco do Algarve e da África do Sul, e uma pitada de nostalgia.

Dica do Zé: Buganvília/pergola

Esta foi uma solução que encontrei para uma zona de estar que precisava de sombra e alguma cor: assim surgiu a Buganvília/pergola. Há 6 anos atrás era uma pequena planta, e neste momento tem este aspecto. Durante este período do ano é o elemento mais colorido que existe no jardim da Tina, em Porches (Algarve). Penso que é um bom exemplo de aproveitamento possível para a criação de espaço deste género. No interior existe uma mesa com espaço suficiente para seis pessoas, e durante estes dias quentes de verão é um óptimo local para refeições. Além disso, é um espaço com manutenção muito reduzida, apenas para limpeza, dado que a planta abdica de qualquer rega ou adubagem, características também presentes no resto do jardim.

Mariscada fóssil

Vai uma mariscada? Neste verão tenho andado na apanha de marisco no Algarve. Há muito, muito tempo existiram estes belos ouriços-do-mar (Clypeaster, género de equinóides), parentes dos que hoje conhecemos (estes são do período Eocénico, época do Paleogénico e que está compreendida entre 55,8 e 34 Milhões de anos, aprox.), e com o passar dos anos  ficaram neste estado. As fotos mostram o antes e o depois da limpeza da rocha que os envolviam. Estes são alguns dos fósseis que tenho encontrado nesta parte do pais. Se alguém quiser, posso ajudar a apanhar também. Os melhores exemplares serão entregues ao Museu de História Natural de Sintra, a minha terra natal (apesar de agora achar que vou acabar por fossilizar no Algarve…)

Nina, a cadela que só à noite vai à praia...

Ontem à noite fomos dar um mergulho à Praia Grande, no Algarve, com a água a 25° ou mais...

Dicas do Zé

Esta é mais uma sugestão de apresentação de plantas que, quando combinadas, poderão resultar num elemento escultural interessante, num jardim de baixa manutenção. O vaso não podia ser mais natural, e todas as plantas foram encontradas à beira de caixotes do lixo... Aos interessados poderei dar os nomes das plantas.

O meu lixo de luxo

Mais uma planta encontrada no lixo, desta vez um dragoeiro, uma das plantas que faz parte da lista das plantas em vias de extinção no seu habitat natural, e que alguém, no Algarve, resolveu cortar e jogar para o lixo. Hoje foi o meu dia de sorte, pois desta planta vou poder produzir 14 novas árvores! Confesso que tenho um prazer enorme em, de alguma forma, chocar as pessoas que conheço mencionando o valor de mercado destas plantas que encontro no lixo. Neste caso, estamos a falar de um dragoeiro que poderia facilmente ser vendido num Garden Center por €500 ou €600... Como é habitual, a partir do momento em que encontro a planta, e que consigo obter informações sobre a mesma (habitat, rega, etc.), começo imediatamente a pensar no local onde ela possa ser plantada e, desta forma, ganhar um enquadramento adequado. Neste momento vai ser colocada num viveiro e com as primeiras chuvas, passará para um espaço onde ficará nos próximos anos. Quando plantas como esta recuperam, tenho por hábito oferecê-las aos meus amigos e contar a sua verdadeira história.

Resumindo: um jardim não tem necessariamente de ser caro, se optarmos por reciclar plantas...