segunda-feira, 15 de novembro de 2010

"Jardim da ribeira seca das calcites"


O jardim na Quinta dos Reis, em Alcantarilha, está finalmente (quase) pronto! Mesmo antes da minha viagem, para iniciar o meu novo projecto, na Florida, e também mesmo a tempo das primeiras chuvas de Inverno. Tudo começou por um convite feito pelos amigos Reis Cabrita e, como já é hábito da minha parte, não sabia o que e quando fazer, apenas disse que sim...
Ao longo dos últimos meses, planta a planta, pedra a pedra, o espaço começou a tomar forma. Claro que só com o voto de confiança dado no início pude seguir ao meu ritmo, o que nem sempre é possível. As soluções aqui postas em prática, dependeram sempre do meu estado de espírito, daquilo que ia encontrando ao longo do meu caminho, das idas à serra, a Sintra, ao caixote do lixo (o meu "garden center" favorito), etc., etc. O facto de também ter tido a família Reis Cabrita a participar em alguns dos momentos deste processo foi uma mais valia essencial, pois acredito que as memórias adquiridas ao longo do projecto são um aspecto fundamental para quem o vai viver.
A selecção de plantas para o projecto teve em conta a sua resistência à falta de água, pormenor importante no Algarve, assim como gostos partilhados entre mim e os proprietários. Entre elas, estão algumas variedades de agaves (p.ex., o Ferox, disfarçado de árvore de natal na foto...!)), de aloés, lírios, uma palmeira-anã do Algarve, alfazemas, estevas, alecrins e tomilhos, as 4 últimas fazendo parte da paisagem natural algarvia, detentoras de aromas específicos.   A acompanhá-las, muitas pedras escolhidas a dedo (do Barrocal algarvio, do Alentejo, de Sintra, etc.), que se tornam em elementos escultóricos únicos que pontuam toda a área do jardim. O elemento principal deste espaço (um tronco) surgiu por acaso, e graças a ele nasceu a ideia de criar uma ribeira seca e um espaço convidativo à contemplação.
No geral, o jardim pode ser dividido em 4 "instalações": até à ribeira seca, uma zona mais árida com agaves, aloés e seixos; depois, integrando o tronco, uma zona de sombra coberta a casca de pinheiro; a terceira, é a das ervas aromáticas; para terminar, uma zona dedicada aos lírios e alfazema selvagens do Algarve. A pontuar o espaço, que tem a forma triangular, uma Yuca.

3 comentários:

  1. Nós,os felizardos uitilizadores deste jardim... soimos testemonhas do percurso orgênico da sua construção. Umas vezes como observadores outras como colaboradores(poucas) somos testemunhas do somatório de felizes coincidências que permitiu a sua finalização. Foram surgindo: as pedras,as plantas e a companhia... Foi surgindo: a obra, o espanto, a surpersa... Fomos sentindo: a arte, as emoções e a companhia!!!
    Bêjos para a equipa

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  2. correcção: "... somos testemunhas do percurso orgânico/expontâneo..."

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