Uma das resoluções para este verão é aprender a trabalhar o esparto (Stipa tenacissima), uma arte/ofício outrora muito comum no nosso país.
Este fim de semana comprei estas duas cabeças de burro, duas peças do artesanato local feitas em esparto que, infelizmente, é um tipo de trabalho cada vez menos comum por cá. São peças muito bonitas, herdeiras de uma tradição local e, segundo me parece, fáceis de fazer.
Ontem enquanto cortava o cabelo, olhando para a minha cabeça quase careca, tive uma ideia para introduzir algumas plantas de esparto no jardim. Como a planta forma uns tufos semelhantes a cabeleiras, e como tenho um muro "careca", que tal rematá-lo no topo com esparto? Bem, da ideia à prática, bastou apenas apanhar algumas plantas do campo, não muito longe da cabeleireira onde cortei o cabelo, e pouco tempo depois, estavam plantadas.
Esta planta é uma gramínea com origem no Mediterrâneo, que cresce em terrenos incultos, pobres e com boa drenagem, sobrevivendo a longos períodos de seca. O local para onde transplantei os espartos reproduz precisamente estas condições.
O passado histórico-cultural desta planta irá fazer parte da informação que tentarei passar a quem visitar o jardim e, se possível, com uma demonstração in loco de algumas das coisas que os nossos antepassados faziam com as folhas, por exemplo, uma cabeça de burro, já que está associada à origem do nome da casa: Catita é o nome da última burra que lá viveu...