sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Medronho




Hoje gostava de partilhar algumas fotos dos meus medronheiros, e da sua impressionante carga de fruto. Tudo começou há 8 anos, quando optei por plantar alguns medronheiros no jardim da casa de família em Pêra. A primeira reação de algumas pessoas residentes foi, a meu ver, um pouco estranha... 
Tradicionalmente, estes arbustos (Arbutus unedo) crescem no interior do Algarve montanhoso, e é muito raro encontrá-los junto ao litoral. Fui logo informado de que não seria apropriado plantá-los naquele sítio, e algumas das razões seriam o terreno de areia e a proximidade do mar. Pois bem, como gosto de provocar  "velhos do Restelo", acho que ainda plantei mais uns quantos. E hoje, olhando para trás, acho que tinha razão. O medronheiro é um excelente arbusto para sebes que, e durante mais de 3 meses, diariamente,  produz estes belos frutos que, quando fermentados e destilados, dão origem à aguardente de medronho. 
Estas imagens vão abrir o apetite da minha família, e acho que vão sentir vontade de dar um salto ao Algarve, visto que são viciados neste fruto.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

E assim se poupam 200 euros em plantas...






Este é o resultado do último "safari" às plantas. Estas 13 plantas (3 agaves attenuatas, 4 aloes arborescens e 6 bonitas yuccas yewell). Em relação a estas últimas, chamo a atenção para as folhas que, quando são colocadas em contra luz, são translúcidas. Esta variedade ainda é pouco comum nos nossos garden center. Feitas as contas, e se tivesse que comprar tudo isto, 200 euros não seriam suficientes. É claro que irão precisar de alguns meses de "hospital", mas, no final do tratamento, ninguém dirá que foram encontradas à beira da estrada... Uma característica comum a todas elas é que pegam muito bem de estaca, e sobrevivem só com a água da chuva, sendo excelentes para jardins de baixa manutenção. 
Estas plantas vão juntar-se a outras já recolhidas e a outras ainda por recolher, e irão fazer parte do futuro jardim do meu amigo Ludgero que vive próximo de Vilamoura. 
O dia terminou com um segundo safari, e desta vez o resultado foi um belo conjunto de pedras que vão fazer companhia às plantas anteriores... 
 

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Flores de paineiras





Ultimamente estas árvores têm sido plantadas em espaços público, e acredito que a maioria das pessoas, tal como eu até há pouco tempo, desconhecem-na por completo. 
Esta árvore é um dos símbolos da Amazónia e, talvez, uma das mais espetaculares que conheço. O Algarve, tal como outras regiões do país, tem boas condições para a sua plantação, e como não é muito exigente, é uma árvore que eu aconselho, e uma das razões é, sem dúvida, a floração que apresenta nesta altura do ano. 
Enquanto jovem, a árvore apresenta estes enormes picos, que vão caindo ao longo dos primeiros anos. Uma outra curiosidade está no facto do tronco produzir clorofila mesmo no Inverno, quando fica sem folhas. A paineira-rosa é conhecida cientificamente como ceiba speciosa, parente da famosa árvore da sumaúma. Existe um belo exemplar junto ao Jerónimos, em Lisboa, que nesta altura está completamente florida, e que merece uma visita!
Este ano vou substituir uma das três nespereiras da Catita por uma outra árvore,  e acho que tenho aqui uma bela candidata.

domingo, 25 de setembro de 2011

A sereia da ilha deserta...






Hoje, durante um passeio na ilha deserta, um das belas ilhas da Ria Formosa, encontrei uma sereia Barbie... Desde já peço desculpa pela nudez do moça, mas como é uma zona nudista, não se pode esperar outra coisa. Ela está nua, mas com brincos...! Há que manter a pose... ;-)
Este "ideal" de beleza, e símbolo desta sociedade consumista, não estava só! Infelizmente, estava muito bem acompanhada por muito do lixo resultante desse mesmo consumo. E para muitos, ela também é lixo... E digo infelizmente, porque é triste constatar que nem estes pequenos paraísos conseguem escapar a cenários destes. A inspiração do momento deu para fazer uma boa sessão fotográfica, que faria inveja a muito manequins que andam por aí.
Vou tentar organizar uma acção de limpeza na ilha. Pode ser que também  encontre o Ken...

sábado, 24 de setembro de 2011

Mais um tronco de amendoeira para o jardim





Não consigo resistir a estes belos troncos que, para a maioria das pessoas, não passaria de mais um belo pedaço de madeira para o lume. É claro que o clima mais seco do Algarve faz toda a diferença, quando o objectivo é usá-los em jardins ao ar livre, pois permite a sua conservação por muito mais tempo. 
Ontem, e após um belo almoço, achei que precisava de um pouco de "ginásio", e é claro que, no meu caso, a coisa passa por ir à procura de algo... E assim aconteceu: pouco tempo depois tinha este belo tronco e mais umas quantas pedras no carro.
Hoje foi dia de dar um uso decorativo a uma parte da preciosa carga. Estes troncos de amendoeiras são fantásticos para jardins, e um dos aspectos mais interessantes, para além da cor, é a sua disformidade, transformando-os em verdadeiras esculturas biodegradáveis e naturais.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Haemanthus coccineus e as folhas de contraste




Hoje quero partilhar esta solução que encontrei para realçar, ainda mais, alguns dos haemanthus que estão em flor no jardim. Peguei em alguns seixos de mármore, que esculpi há algum tempo, e assim resolvi provisoriamente a ausência das folhas na planta. São seixos em que o motivo esculpido são folhas, uma em cada pedra, e que considero as folhas eternas do jardim... Penso ter encontrado uma forma de aumentar ainda mais o impacto deste recanto, pois a cor branca do mármore aumentou o contraste da cor laranja/vermelha da flor. Após a morte das flores, as pedras serão retiradas para dar lugar às verdadeiras folhas. Uma outra ideia que me ocorreu foi instalar um pequeno projector de luz, de forma a iluminar este conjunto à noite. Acho que vai resultar muito bem...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Flores de Setembro



Estas são as duas plantas que estão em flor neste momento, ambas oriundas do Sul de África, e pertencentes à família dos amaryllis (Belladonas e haemanthus coccineus). São plantas de bolbo que desaparecem por completo da superfície durante a estação mais quente, e a floração é o primeiro sinal de vida após este período. Só depois, quando estas morrem, surgem as folhas, que se mantêm até à primavera seguinte. Esta planta é conhecida em algumas regiões do nosso país como "meninas vão para a escola" por surgirem em Setembro. Os bolbos destas e outras plantas, durante o período de dormência, não devem ser regados.

Os mandacarus da Quinta dos Reis em Alcantarilha





Hoje colhemos os frutos deste cacto, conhecido no Nordeste Brasileiro como mandacaru (Cereus peruvianus). Este clima do Algarve permite o cultivo de muitos destes frutos com sabores exóticos e, neste caso, é mais um daqueles sabores difíceis de descrever. Diria que sabe a mandacaru...

domingo, 18 de setembro de 2011

23 romãs dão as boas vindas a Setembro






É uma pequena árvore carregada de encantamento... Foi plantada há 5 anos e, este ano, brinda-nos à chegada à Catita com 23 belas romãs (a pobre, quase não pode com o peso). Motivo mais do que suficiente para organizar uns belos almoços no local, com direito a sobremesa de romã. Como sou da opinião de que a fruta deve ser consumida o mais fresca possível, aqui fica mais uma sugestão: se tiverem hipótese, plantem uma no jardim, o mais próximo de um local de refeições, pois além de ser ornamental, produz fruta e é de muito fácil manutenção (durante o Verão basta uma rega por semana). 

sábado, 17 de setembro de 2011

Será isto uma batalha perdida?






Este é o famoso escaravelho-vermelho das palmeiras, do qual se tem falado muito ultimamente, infelizmente pelas piores razões: é responsável pela morte de muitas centenas de palmeiras da espécie Phoenix canariensis no Algarve. Todo começou há cerca de 4 anos com a importação de palmeiras provenientes do norte de África, que chegaram em contentores ao concelho de Albufeira. Rapidamente, todas as árvores que se encontravam ao longo da EN125 foram atacadas, e em poucos meses morreram.
O Rhynchophorus ferrugineus, nome científico do bicho, até há pouco tempo estava restrito ao Sul do país e a este tipo de palmeira. Mas ontem confirmei o que há muito receava: as palmeiras de leque (Washingtonia filifera) também são alvo do apetite voraz do malvado bicho, que se reproduz às centenas (calcula-se que uma fêmea deposite até 500 ovos, suficientes para matar uma palmeira adulta).
Foi com alguma revolta e tristeza que encontrei estes escaravelhos, em todas as suas fases de desenvolvimento (larvas, casulos e adultos), a devorarem o interior do tronco, junto à raiz. Hoje fiz a pulverização da árvore, e espero sinceramente que não seja tarde de mais.
Apesar de existir tratamento para prevenir e combater esta praga, penso que estamos perante uma guerra perdida, que vai levar a uma mudança rápida da paisagem da qual estas palmeiras há muito fazem parte.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Será que tenho coragem de polinizar este?... ;-)


É claro que estou a brincar. Só gostaria de dedicar esta foto a todos os que visitaram e comentaram as últimas publicação neste blog e, já agora, um bom fim de semana.
Este impressionante senhor cacto cresce num pequeno pátio, aqui em Pêra, e idade é coisa que não lhe falta.

Bem haja a todos.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Foi interessante acompanhar o crescimento...




Esta suculenta é uma trepadeira que plantei junto ao muro do estacionamento da Catita. Como é uma planta com picos, pensei que seria interessante usá-la como cerca viva, e encaminhá-la sobre o topo do mesmo. 
Ontem à noite foi um momento muito especial, e confesso que durante as duas últimas semanas não pensava noutra coisa: o poder assistir in loco ao desabrochar das flores que, tal como as dos cactos, só duram uma noite. É, de facto, curioso como a Natureza cria uma flor tão bela, grande, mas também tão efémera, e que poucos vêem, visto que abre sempre durante a noite... Na manhã seguinte, já está murcha.
É uma planta que gosta de regas diárias e de terra fértil, embora sobreviva à seca e sendo de climas tropicais, não pode ser cultivada em regiões frias. Espero que a polinização feita ontem possa dar frutos, e que frutos! A pitaya-vermelha, embora oriunda da América tropical, é muito cultivada no extremo oriente e conhecida por lá como fruta-do-dragão, e da qual tenho muitas memórias. 
Vamos ver se este ano dá fruto... A flor já murchou, como podem ver na última foto, e já não dá para repetir a polinização.
 Se alguém quiser, posso arranjar estacas.  

Uma bela noite para polinizar






É uma das mais belas flores e finalmente abriram. Uma noite quente de lua cheia, e flores de pitaya vermelha há muito esperadas. Não podia estar mais feliz! Passei as últimas horas a polinizá-las e a contemplá-las. 
Amanhã publico um segundo grupo de fotos com mais informação sobre esta planta e os seus frutos-do-dragão. Uma boa noite a todos os que visitam este blog.

domingo, 11 de setembro de 2011

Casa tradicional algarvia





Antes que desapareça da paisagem por uma ou outra razão, ficam aqui algumas fotos que fiz ontem deste belo exemplar de arquitectura tradicional algarvia, da primeira metade do séc.XX. De estilo art-déco, esta casa está localizada fora da povoação de Boliqueime e, apesar do seu pequeno tamanho, refira-se a existência ao nível do telhado, de uma açoteia (em tempos esta servia, entre outras coisa, para a secagem de frutos); uma curiosa chaminé, em que a torre da igreja local serviu de inspiração, e junto desta, um pequeno mirante, de onde se tem uma vista dos campos em redor e da vila. Todos os pavimentos interiores são em mosaico hidráulico, outrora muito comum por cá. 
Adoro estas casas, e fico triste quando as encontro neste estado de conservação.