sábado, 30 de abril de 2011

Foto do dia: dedaleira


A Dedaleira (Digitalis purpurea L.) é uma planta originária da Europa, e mais uma que considero bastante ornamental, com tons que vão do branco ao rosa mais forte, como a da foto. E tem uma curiosidade interessante, que a torna numa planta teimosa: se, por acaso, a sua inflorescência for cortada antes dela terminar o seu ciclo, volta a reflorescer para poder perpetuar-se!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A planta "chupa-chupa"...



O nome bastante comum que dou a esta Madressilva (Lonicera periclymenum) deve-se ao facto de, em criança, gostar de sugar o néctar muito doce das suas flores, e não era o único! E as gerações anteriores à minha também já o faziam.
A Madressilva é uma planta nativa da Europa, e bastante comum do centro ao sul do país. É de cultivo fácil, pouco exigente no trato, e não necessita de regas extra, para além da chuva que cai. Pelo facto de ser bastante ornamental e, ao mesmo tempo, de aspecto rústico, é uma escolha perfeita para jardins de inspiração mediterrânica, de baixa manutenção, transformando-se num belo arbusto que pode ser aparado para controlar o seu crescimento. E não podemos esquecer o aroma perfumado que exala das suas flores,  atraindo abelhas, traças e borboletas, sendo que estas últimas têm por hábito pôr os seus ovos nela. Curiosidade: pode ser extraída, das suas raízes, uma substância azulada usada em tinturaria.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Vamos à Feira?


Nestes últimos dias, tenho estado por Sintra, e no próximo sábado quero matar saudades da Feira da Ladra. É um dos meus locais preferidos em Lisboa, e uma fonte de materiais, objectos, etc., que utilizo em alguns projectos. E pensei que seria uma boa oportunidade de conhecer alguns dos visitantes do meu blog, que quisessem deslocar-se até lá... Que me dizem? Sábado, às 10h30, nas escadas de S. Vicente de Fora?

terça-feira, 26 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Foto do dia: muro vivo


Quando as pedras produzem oxigénio... Este muro fez parte da minha infãncia, na região de Sintra. Muitas horas passei a brincar perto deste (e de outros) belo cenário, e é sempre uma sensação estranha quando o visito, pois parece que faço uma viagem no tempo...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Vamos sentir a sua falta...




E assim termina a longa vida dos agaves produzindo flor no final de muitos anos de crescimento. Foi com alguma tristeza que reparei hoje que há mais um grande agave prestes a produzir um enorme espigão de flor, e que, por isso, vai deixar de fazer parte do jardim da Casa de Paz. Este ano vamos perder estas duas belas plantas que há mais de dez anos fazem parte deste espaço. O primeiro espigão já conta com mais de 4 metros, e ainda tem muito para crescer, o que normalmente leva apenas dois e três meses.   

A minha segunda paixão





Depois das plantas, e tudo o que a elas está associado, as pedras são, sem dúvida, a minha segunda paixão e sempre que posso, lá estou eu de roda delas, como aconteceu neste caso, em que após um convite feito por  amigos, apanhei um avião e fui até à Califórnia para construir este muro, em que, com alguma criatividade, resultou no que aqui apresento. O meu prazer maior é quando tenho total liberdade para criar, sem ficar preso a projectos ou tempo. Foi necessário mais de um mês para concluí-lo, e penso que o produto final mostra bem toda a versatilidade que a pedra tem quando "brincamos" com ela. Quero realçar um pequeno pormenor: os pequenos suportes e nichos, durante a noite, servem para iluminação do muro através de velas, criando um efeito muito interessante juntamente com o som da água que corre na cascata e formando, na minha opinião, um cenário idílico e único. Esta foi uma parede que me deu muito prazer em construir em Laguna Beach, Califórnia.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A floração dos acantos






Quando era criança, gostava de brincar no meio desta plantas que cresciam numa mata de carvalhos, próximo de casa. Todos os anos por esta altura, e estando eu de férias escolares, passava longas tardes nesta mata repleta destas estranhas plantas, com as suas enormes flores e folhas. Este local, durante muitos anos, foi mágico, uma espécie de mundo primitivo onde me sentia bem e gostava de estar. Esta era, também, uma planta que me intrigava muito, pois pouco tempo depois desaparecia por completo sem deixar rasto. Às vezes, sinto saudade desta ingenuidade típica destas idades. Hoje, sempre que encontro acantos, recordo a minha infância e adolescência, como aconteceu há uns dias atrás quando fui até Alte, aqui no Algarve. É uma planta robusta do Mediterrâneo , muito ornamental, gosta de sombras, e, no nosso clima, sobrevive apenas com a água  da chuva. A parte vegetativa seca por completo durante os meses mais quentes. O local onde cresce não deve ser mexido, pois pode prejudicar o crescimento no ano seguinte.
Uma curiosidade: desde a antiguidade que as folhas desta planta são reproduzidas na escultura, como é o caso dos capitéis do estilo coríntio.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mais algumas jóias da flora algarvia


Epipactis
Epipactis
Cytinus hypocistis (pútegas)
Nigella damascena
Paeonia broteroi

Estas são algumas das nossas belas plantas silvestres que estão em flor e que considero algumas das jóias do Algarve, e que poucas pessoas conhecem. Crescem em alguns dos matos da serra e têm tanto de belas como de curiosas. Realço a segunda foto pois é, talvez, uma das mais raras orquídeas por estas bandas. Penso tratar-se de uma Epipactis lusitanica d. tyteca, e é, sem dúvida, uma bela flor; a última foto é conhecida por cá como rosa-albardeira (Paeonia broteroi boiss & reuter) e neste momento está em plena floração, com grandes flores semelhantes a rosas, daí o seu nome. As outras, ainda não sei o nome, se alguém me poder ajudar, agradeço...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lírios do campo






Estas fotos foram tiradas no interior do Algarve, próximo de Messines, em terrenos de terra vermelha argilosa e muita pedra, abandonados há muito pelos agricultores, e que está localizada entre o litoral e a serra algarvia a norte. Todos os anos, por esta altura, estes campos e matos ficam "salpicados" por estas delicadas maravilhas da natureza e que aqui, pelos Algarves, são conhecidos por Maios. Durante metade do ano, esta planta está como que adormecida debaixo da terra em forma de bolbo, o que acontece durante os meses seguintes à floração, e até às primeiras chuvas no Outono. No seu habitat  é muito raro verem-se em grupos, o mais comum é encontrá-los isolados e bastante espalhados. Este lírio (Iris xiphium) é endémico da Península  Ibérica, e bastante adaptado às secas mas pouco conhecido e cultivado por cá.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Euphorbia de crescimento lento



Gosto muito deste espaço que criei no ano passado no jardim da Catita. Este pequeno tanque, durante a maior parte do ano, é utilizado como reservatório de 5 mil litros de água para rega, e durante o Verão funciona como uma pequena piscina para uns mini-banhos. A escolha desta planta para este recanto teve em conta a ausência de folhas, o seu crescimento lento, funciona como escultura quando iluminada à noite e, claro, não requer qualquer manutenção. Acho que é perfeita para este local e, como não tem picos, ainda melhor. E pelos vistos, não sou o único a gostar da euphorbia, estes dois besouros verdes também a acham encantadora... Para uma planta suculenta encontrada há 6 anos sem raiz junto a um caixote do lixo, não está nada mal, e o seu aspecto antropomórfico neste momento ainda cativa mais o olhar.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Lírio roxo antigo




Desde sempre me lembro destes enormes lírios roxos nas traseiras da casa dos meus avós do Algarve, e ficava sempre admirado com a altura das suas flores, pois durante muitos anos era mais pequeno que elas. O tamanho é tal que permite cheirá-lo de pé, normalmente entre 1,5 e 1,7 metros de altura. Hoje são comuns junto de muitas ruínas, um pouco por toda a região. Esta é mais uma daquelas plantas que outrora embelezaram os alegretes (pequenos canteiros de flores) do Algarve, e hoje totalmente desvalorizado por estas bandas.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Outras flores da Casa da Paz





Mais algumas fotos que provam o que disse na mensagem de ontem. Volto a frisar, todas as plantas deste jardim são xerófilas e, como tal, sobrevivem a um longo verão sem água. E mesmo assim, estamos na presença de um espaço bastante perfumado, colorido e descontraído. Fiz questão de utilizar muitas das nossas plantas, que nós habitualmente ignoramos, e aqui, quando misturadas com outras plantas mais exóticas, fazem toda a diferença. E, claro, muita pedra, o que neste caso acaba por acrescentar ainda mais interesse e fantasia ao espaço.      

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Plantas suculentas em flor





Estas são algumas das plantas suculentas que, neste momento, estão em flor no jardim. A primeira (Aeonium sanburst) finalmente está a florir ao fim de 5 anos, e está a sofrer uma transformação impressionante. Este é também o momento da floração dos chorões (Lampranthus) da África do Sul, em que as flores formam  verdadeiros tapetes de veludo vermelho, lilás, branco, amarelo, etc. Este é o momento mais colorido de todo o ano e, no caso do jardim da casa da Paz, marca o inicio dos meses mais quentes, em que o jardim se limita a sobreviver, até às primeiras chuvas após o Verão. É uma verdadeira explosão de cores, que perdura apenas algumas semanas.

domingo, 10 de abril de 2011

Foto do dia: alfazema no Algarve


Hoje, durante uma caminhada no Barrocal algarvio, encontrei um sítio em que uma das plantas predominantes era esta alfazema lilás (conhecida localmente como rosmaninho), mas, para meu espanto, e numa pequena área, encontrei várias plantas com flor branca! É a primeira vez que me deparo com este rosmaninho e, até agora, ainda não consegui identificá-lo correctamente. Será uma mutação ou uma variedade ainda não identificada, diferente das cinco já identificadas no nosso país?

sábado, 9 de abril de 2011

Jardim das heras






Sempre gostei de heras e da sua capacidade de camuflar casas, muros e tudo que sirva de suporte às suas guias; lembro-me até de um velho carro completamente "engolido" por uma densa camada de folhas verdes. Hoje, e sempre que tenho condições, utilizo esta planta para recriar esses cenários da minha memória, com uma pequena diferença: o de poder criar o cenário e de ter acesso a variedades que nem sequer sonhava que existiam. Por exemplo, para uma zona com mais sombra e junto à casa, optei por uma hera de folha pequena  tricolor (as diferentes tonalidades trazem luz à área), e com um crescimento controlado. Neste caso, a planta sobrevive apenas com a chuva de inverno, e pouco mais. Noutros espaços do jardim voltado a Norte, onde há muros em pedra, a escolha recaiu em variedades de folha verde e matizada.
Com todas estas opções, consigo criar um espaço tem tem sempre um ar "fresco", mesmo em pleno Verão, pelo verde constante, e pelo brilho que as folhas sempre apresentam, e, obviamente, sem grandes exigências em termos de rega. As poucas regas também contribuem para um crescimento mais controlado, e sem necessidades de manutenção, com cortes constantes.