sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mais algumas sementes



Com a chegada do verão, surgem também as sementes das plantas que floriram na primavera. Desta vez tenho sementes para oferecer de mais duas belas plantas.
Os Gladiolus illyricus, embora comuns nos nossos campos, raramente surgem em grupo, algo que facilmente se consegue através de sementeiras.
As outras sementes são de uma planta menos comum, a Echinops ritro, mas que é outra planta das nossas que fica bem em qualquer jardim.
Para mais informações, os interessados podem contactar-me via email.

Bom fim de semana

terça-feira, 26 de junho de 2012

Os três burritos!







Uma das resoluções para este verão é aprender a trabalhar o esparto (Stipa tenacissima), uma arte/ofício outrora muito comum no nosso país.
Este fim de semana comprei estas duas cabeças de burro, duas peças do artesanato local feitas em esparto que, infelizmente, é um tipo de trabalho cada vez menos comum por cá. São peças muito bonitas, herdeiras de uma tradição local e, segundo me parece, fáceis de fazer.
Ontem enquanto cortava o cabelo, olhando para a minha cabeça quase careca, tive uma ideia para introduzir algumas plantas de esparto no jardim. Como a planta forma uns tufos semelhantes a cabeleiras, e como tenho um muro "careca", que tal rematá-lo no topo com esparto? Bem, da ideia à prática, bastou apenas apanhar algumas plantas do campo, não muito longe da cabeleireira onde cortei o cabelo, e pouco tempo depois, estavam plantadas. 
Esta planta é uma gramínea com origem no Mediterrâneo, que cresce em terrenos incultos, pobres e com boa drenagem, sobrevivendo a longos períodos de seca. O local para onde transplantei os espartos reproduz precisamente estas condições.
O passado histórico-cultural desta planta irá fazer parte da informação que tentarei passar a quem visitar o jardim e, se possível, com uma demonstração in loco de algumas das coisas que os nossos antepassados faziam com as folhas, por exemplo, uma cabeça de burro, já que está associada à origem do nome da casa: Catita é o nome da última burra que lá viveu...

domingo, 24 de junho de 2012

Catita by night









Finalmente, ontem foi dia de fazer uma experiência com a iluminação do jardim, e de mostrar o resultado de tantos meses de árduo trabalho, e nada melhor que um churrasco, no final da tarde, na companhia de bons e críticos amigos...  
As fotos mostram um espaço talvez um pouco escuro, mas, na realidade, não é tanto assim. E como pensei que seria mais um noite de vento forte (coisa que não aconteceu), optei por não acender muitas velas, que dão um toque muito especial ao vários recantos que compõem o jardim.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Achados da semana










Para conseguir criar a ilusão de que algo já existia há muito tempo no jardim, nada melhor que a reutilização de materiais. Infelizmente, não é fácil encontrá-los, e muitas vezes tenho que vasculhar em velhos aterros de entulhos desativados (que para mim são uma espécie de centro comercial ao ar livre, sempre em promoção). É algo que me dá muito prazer, e foi o que fiz no inicio desta semana.
Nunca sei bem o que vou encontrar, mas, normalmente, tudo o que encontro dificilmente poderia ser comprado. O lote desta semana é composto por alguns tijolos antigos, pedras calcárias e de grés vermelho, um garrafão de vidro e, para minha surpresa, 5 belas yuccas gloriosas "variegatas", um tipo de yucca não muito comum.
Tudo isto manteve-me ocupado durante os últimos dias. Os velhos tijolos e algumas pedras, resultaram num dos mais curiosos nichos do jardim da Catita; outras pedras deram origem a vasos para plantas; o garrafão verde é sempre um excelente quebra-luz num nicho com iluminação elétrica, coisa que não falta no jardim; e as yuccas irão fazer parte dos meus presentes deste Natal, ou não...
Esta semana retratou muito bem a minha postura diária e a minha filosofia de vida: ser feliz com a capacidade de criar algo, aproveitando aquilo que não desperta qualquer interesse a muitos... até verem o resultado final!
Bom fim de semana.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Anafrodisíaco para o homem...




Este arbusto (Vitex agnus castus) tem tanto de belo, como de curioso. Desde de sempre que os povos do Mediterrâneo a utilizam como planta medicinal, e a ela são atribuídas propriedades algo estranhas.
Segundo Plínio, um nobre romano cientista e historiador, as mulheres da antiga Grécia, tinham por hábito usarem as folhas desta planta nas camas onde dormiam, para as ajudarem a manterem a castidade ;-)
Parece também que os principais consumidores das sementes, ao longo dos séculos, foram os monges que, sempre que sentiam impulsos mais carnais, as mastigavam, um facto que veio dar origem a um dos nomes comuns da planta: "pimenta de monge".
Esta planta medicinal é usada também para tratar distúrbios menstruais, entre outros problemas.  
Embora não seja muito comum, este arbusto cresce por cá, junto a ribeiras. Pode ser plantado de estaca no verão, ou semeado, e é de folha caduca.
Hoje já plantei duas estacas junto a uma zona de estar e penso que, no futuro, irá ser motivo de boas gargalhadas, sempre que abordar as suas propriedades e utilizações, ao longo da história...

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Mais algum lixo de luxo






Desta vez, há coisa boa... uma bela nolina, identificada pela amiga Natália, e desde logo plantada num vaso à altura, igualmente encontrado no lixo, e que parece que já  estava destinado a esta planta.
Normalmente, recolho da beira da estrada tudo o que me parece ter algum potencial no jardim, porque sei que é só uma questão de tempo até lhe dar algum uso. Com esta reutilização de plantas, consegue-se poupar muito dinheiro, mas mais do que isso, é o prazer de recuperar plantas e outras coisas, e de sentir que faço parte desse processo. Se eu não residisse nesta região, talvez tudo estivesse destinado ao aterro sanitário, o que seria uma pena...
Penso que esta crise financeira é amiga da criatividade, e gosto de me sentir parte dela, transformando aquilo que vou encontrando em algo de belo, segundo o meu ponto de vista, claro.

sábado, 16 de junho de 2012

Novamente encantado...






Bem, basicamente basta um monte de pedras para me deixar feliz...
Esta semana, e para me animar, resolvi começar a levantar mais um pedaço de muro na Catita e, claro, arranjei logo um pretexto para fazer mais um nicho. Tenciono decorar o seu interior com pequenos fragmentos de azulejos, isto se até lá não mudar de opinião, o que é muito frequente, diga-se de passagem. 
No jardim, é a vez das flores dos Crinums e Liliums darem o ar da sua graça.


Os gaios e os melros também  andam encantados, mas a razão desta felicidade não são as minhas pedras... Revezam-se num festim de belos figos de S. João, os primeiros a aparecer por cá.
Meus amigos, bom fim de semana.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Visitas bem-vindas...








Gosto de surpresas! 
E quando uma delas é uma pequena cobra ferradura (Hemorrhois hippocrepis), ainda melhor. Esta cobra tem uma tarefa importantíssima, a de controlar o número de roedores e outros bichos do jardim, sendo muito comum por cá. Sem dúvida, um momento de descontração no meu dia, este de encontrar uma bela cobra que, apesar de não ter veneno, é conhecida pelo seu mau humor...

Mas esta semana tive também o prazer de partilhar o meu mundo com uma das seguidoras do blog, a Natália, uma grande conhecedora de botânica que, para além da ajuda que me deu na Catita, enriqueceu a coleção de plantas do jardim. É sempre bom conhecer pessoalmente aqueles que do outro lado seguem este blog. É claro que o Ludgero marcou presença e tem sido uma preciosa ajuda também.

A última foto é um dos muitos girassóis vermelhos do jardim do Ludgero.  

terça-feira, 12 de junho de 2012

Chegada ao cabo de S. Vicente









E com estas fotos termino a minha reportagem fotográfica da Via Algarviana. Como sempre, ficaram muitas outras igualmente interessantes por mostrar.
Espero ter conseguido transmitir o que de mais belo esta região tem para mostrar e convencido alguém a percorrer estes caminhos. Por mim, terei todo o prazer em vos acompanhar nesta aventura "a penantes", e partilhar aquilo que mais me encantou por terras do Algarve...