Já há algum tempo que andava com vontade de transplantar uma das mais bonitas plantas que crescem nas zonas sombrias do barrocal algarvio, conhecidas por rosas albardeiras (Paeonia broteroi). O destino só podia ser um: o jardim da Catita, onde tenho andado a criar um espaço dedicado à nossa rica flora algarvia. Esta planta parece ser muito sensível, por isso, temos de ter muito cuidado nesta tarefa. Para começar, a raiz não pode ser danificada, ou seja, é necessário escavar à volta da planta, por forma a obter um torrão sólido envolvendo toda a raiz. Como me considero um amigo da natureza, a escolha das plantas teve a ver com a quantidade existente no sítio, porque é sempre minha preocupação não degradar um espaço natural!
Mesmo assim, e em forma de agradecimento, tenho por hábito recolher algum lixo, que infelizmente é comum encontrar nestes cenários... Desta vez, encontrei no mato uma mesa e uma cadeira de plástico, que também fez parte da preciosa carga, claro que com um destino bem diferente, a reciclagem. Depois do trabalho árduo e muito transpirado, que tal um banho na ribeira ali ao lado?
Em relação ao transplante, há que ter sempre em atenção as condições naturais em que a planta cresceu, e sempre que possível, reproduzir essas mesmas condições (o mesmo tipo de terra, a mesma exposição solar, etc.) no novo local para onde são transplantadas.
Meu caro Júlio.
ResponderEliminarTenho andado arredado da blogosfera e também de muitas outras actividades, por motivos de saúde. Repouso absoluto. Felizmente estamos no bom caminho e, em breve parece-me que serei capaz de fazer uma visita a todos os amigos, em especial aqueles que se preocuparam com a minha saúde.
Não conheço essa planta. Também sou um admirador e conservador da mãe natureza. Se não forem os carolas,em breve trecho temos o planeta de pernas para o ar.
Um abraço.
João
Encanta-me ver aqui explicitado como deveria fazer para poder transplantar essa planta que tanta magia exerceu sobre mim em épocas passadas da minha vida (ainda exerce, mas de forma diferente!).
ResponderEliminarRealmente devo confessar que, das outras vezes em que tentei fazer esta tarefa, tive efectivamente o cuidado de trazer a planta com raiz, mas sem o torrão. Claro que deu erro, e percebe-se porquê, eu é que sou tonto e não uso a cabeça como deveria!
Mea culpa, mea maxima culpa!
Mas a sua explicação é perfeita, e as fotos apresentadas claras, exemplificando perfeitamente o que deve ser feito. Um grande agradecimento!
Não sei se ainda tenho a coragem de o fazer, pois na região mais selvagem de Sousel, a Serra de S. Miguel, nunca vi tal planta, pelo que deduzo que não se deva dar bem por aqui.
E transplantar uma planta para a condenar à morte não faz parte das minhas intenções.
Sei que na região calcária das serranias próximas do maciço da Sicó, ela se dá perfeitamente bem, mas talvez o seu sucesso seja dúbio em terras de xisto.
Ficarei a ver as "rosas cucas" aqui no seu blog, o que já é uma coisa muito bonita, pois acho que as suas fotos, para além de claras, objectivas e educativas (como deveria ser afinal todo o processo de ensino, ao contrário do que acontece por aí, onde quem ensina parece ter grande prazer em tornar a matéria hermética, só acessível a iniciados de videntes e adivinhos!), são absolutamente dotadas de uma qualidade estética fora do comum.
Um agradecimento pela beleza que vai espalhando pela blogosfera
Manel
Olá João, é bom saber que está de volta...Obrigado pelo comentário. Um abraço e melhoras.
ResponderEliminarManel, fico contente em saber que também gosta desta planta, e caso precise, pode contar comigo, pois por cá há muitas e se vier até ao Algarve, terei todo o prazer em o ajudar na apanha de umas "cucas". Mais uma vez, estes seus comentários deixam o responsável por este "borda d'água" cibernético sem palavras...Obrigado e bom fim de semana.
Eta boy de sorte
ResponderEliminarPois e ,julio
Você e mesmo um rapaz com muita sorte
Com uma vista dessas e ainda dar um mergulho...não e para qualquer um
Gostaria eu de poder dar um também,mas aqui em Lisboa...só se for da ponte abaixo do rio Tejo
Aproveite o que a vida e a Natureza tem de bom
Abraço