domingo, 27 de março de 2011

As scillas estão em flor na Catita


Cupressus lusitanica Mill. não é, ao contrário do que o nome sugere, uma espécie da flora portuguesa. O autor da designação é Philip Miller (1691-1771) e o engano deve-se ao facto de esta espécie ter sido primeiro identificada na mata do Buçaco, para onde terá sido trazida no século XVII do México ou América Central por colonizadores portugueses (segundo A. López Lillo e J.M.Sánchez de Lorenzo Cáceres em Àrboles en España, ed. Mundi-Prensa, 2001).

Para compensar este erro de taxonomia nada melhor que outro em sentido oposto. E cá está ele: a espécie Scilla peruviana L., a que os espanhóis chamam jacinto-do-Perú e os ingleses star of Peru, não é peruana, embora exista na América do Sul por ter sido ali introduzida e naturalizada por colonizadores europeus. Na verdade o géneroScilla, da família Hyacinthaceae, abriga cerca de 40 espécies do Mediterrâneo, e continha algumas poucas da África do Sul que os botânicos transferiram para o género Ledebouria.
A S. peruviana, bolbosa que pode atingir os 40cm de altura, é da região oeste do Mediterrâneo e em Maio-Junho terá recebido em flor os primeiros veraneantes que aportaram ao Algarve; que, de volta a casa, bronzeados e descansados, poderão trazer frutos com numerosas sementes triangulares como lembrança de férias.

(in http://dias-com-arvores.blogspot.com/2007_08_01_archive.html)

3 comentários:

  1. Muito bonita!
    E onde é que se encontra esta planta? É comum nos centros de jardinagem aí do Algarve?
    Por cá nunca a vi.

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  2. Esta planta é bastante comum aqui no Algarve e normalmente surge na base de oliveiras e alfarrobeiras formando por vezes grandes tapetes, mas aparece um pouco por todo o país. Nasci em Sintra e sempre me lembro dela. Zona de Pêro Pinheiro é bastante comum. Abraço

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