quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mais uma ida à "loja"




Hoje foi dia de procurar mais algumas coisas para o novo jardim. Com a ajuda do meu amigo Ludgero, o proprietário do jardim em construção, carregamos um belo tronco de alfarrobeira, pedras e dois agaves attenuatas já moribundos, mas perfeitos para o novo espaço.
Somos clientes assíduos destas lojas e, como tal, temos sempre desconto... ;-)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Pedras e bromélias




Este espaço foi criado com materiais gratuitos. As plantas, neste caso, bromélias, foram encontradas junto a um caixote do lixo há algum tempo, e as pedras têm várias proveniências: as maiores são do Algarve, e as outras de Sintra. 
O objectivo, neste caso, tem sido reduzir a área do relvado, muito pouco adequado ao clima do Algarve, e criar algo que, por um lado, tenha pouca manutenção e, por outro, brincar com o imaginário de quem o observa. Acho que a combinação de bromélias e pedras que fiz hoje resultou bem, e até os pássaros tiveram direito a um bebedouro/banheira. Mais uma vez, o segredo está nas características das pedras usadas, em que a forma, a textura, a cor e o tamanho, estão na base da sua escolha. Podemos sempre comprá-las, mas pessoalmente prefiro ir à procura delas e se tiver que negociar com o proprietário, por que não?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Visita relâmpago a Sintra







É sempre bom rever estes cenários em Sintra.
Foi o que aconteceu, foram só algumas horas mas valeram a pena!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Perfumes da Provença






Há algum tempo que me deixei encantar pela região da Provença, em França, especialmente pelos seus extensos campos de alfazema. Numa das visitas, aprendi a fazer estas pequenas pinhas (ou "corações de alfazema", como são conhecidos por lá), usando a flor. Desde logo, pensei plantar algumas plantas, das variedades Lavandula angustifolia ou L. officinalis, as mais utilizadas na indústria da perfumaria e óleos essenciais. São variedades que, nesta altura do ano, produzem flores bastante aromáticas e que me fornecem a matéria prima necessária. Acho que pode ser uma excelente ideia como presente!
Por razões climáticas, consigo ter plantas maiores e mais perfumadas na região de Sintra, do que aqui, no Algarve. A este facto não será estranha a zona na qual são produzidas em França, habitualmente acima dos 800 metros de altitude.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Há muito, muito tempo...


... nasceu um bebé, que cresceu, constituiu família e plantou esta oliveira que, com carinho, terá cuidado dela e colhido os seus frutos. Deve ter sido um motivo de orgulho para este homem ter feito parte desta maravilha da natureza. Ao morrer, deixou-a como herança à geração seguinte, que terá continuado o seu trabalho até que esta também terminou e, século após século, geração após geração, a pequena oliveira transformou-se em algo que nenhuma geração passada sonhou um dia poder ver e que, hoje, recebemos como herança.
Esta oliveira milenar representa a dedicação e gratidão de todos os que tiveram o prazer/necessidade de cuidar dela, e é mais uma das muitas árvores singulares perdidas no Algarve.
Será que somos merecedores desta bela HERANÇA?

terça-feira, 21 de junho de 2011

Cores de Verão



Se há uma planta que personifica o Verão aqui no Sul, será a buganvília com as suas intensas cores. Acho que o resultado final compensa o trabalho que dão...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

As pedras chave dos projectos





Gosto muito de Arqueologia, e fui educado para entregar no museu local tudo o que encontrava, e que pudesse ter interesse museológico. Foi o que fiz durante toda a minha adolescência, e o museu arqueológico de Sintra transformou-se numa segunda casa. Ainda em Sintra, e na mesma altura, frequentei aulas de escultura com o mestre Anjos Teixeira, na sua casa na "Volta do Duche" e, claro, recordo com alguma saudade as aulas de cerâmica no ateliê da Adriana Jones, mesmo ao lado da casa de chá da Sapa.
Como a peça original ficava no museu, muitas vezes recriava-a em pedra lioz; pouco a pouco, essas pedras começaram a fazer parte dos meus projectos, porque um novo jardim não faz sentido sem umas quantas pedras esculpidas. Estas pedras têm um papel importante, pois são pontos de focagem, centros da atenção de quem passeia por entre as plantas.
A arqueologia continua presente no meu dia-a-dia mas de uma forma nostálgica, nas pedras que trabalho e nas ruínas que crio nos meus projectos.

sábado, 18 de junho de 2011

Um novo jardim...





O meu amigo Ludgero fez-me um convite, no sentido de o ajudar com o projecto do jardim da casa dele. Ele conhece muito bem a minha paixão por pedras, e sabe que sou capaz de ir onde for necessário para encontrar determinadas pedras, que podem fazer toda a diferença em espaços verdes. Este meu amigo sempre gostou de coleccionar plantas, quase todas mantidas em vasos junto à casa. Pois bem, chegou o momento de as plantar no terreno; como muitas delas são cactos e suculentas, e como o terreno tem um desnível acentuado, optou-se por fazer um jardim xerófílo, em que a pedra é um apontamento importante. Vamos misturar pedras de várias proveniências, com cores e texturas diferentes que, a meu ver, serão os elementos mais importantes do espaço. Para isso, há que fazer muitas incursões ao campo no sentido de encontrar verdadeiras preciosidades. Hoje foi dia de procurar pedras de grés e alguns ramos de sobreiro.
E, tal como eu gosto, este jardim não tem projecto pré-definido, nem prazo para terminar...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um presente para amigos


Aqui está uma coisa que gosto de fazer. Às vezes, sinto vontade de esculpir/gravar pedras e de pôr em prática todo um conhecimento que herdei da minha família paterna. Foi o que aconteceu esta manhã, após encontrar em Messines (Algarve) este belo pedaço de grés vermelho, profusamente decorado com líquenes, já de si um jardim, e o resto foi fácil. Como gosto muito destas plantas, tentei gravar o nome da casa de forma a não interferir com o micro jardim já existente na pedra. Para realizar este trabalho, utilizei como ferramentas uma maceta e um pequeno cinzel e, embora não tenha ficado totalmente satisfeito com o produto final, acho que não deixa de ser um presente original. A pedra foi colocada na casa de uns amigos alemães que, provavelmente, ainda nem a viram, porque eu também não lhes disse que a ia fazer...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Uma bela sebe de oleandros



Aqui está uma excelente opção para uma sebe. Misturando as cores de diferentes oleandros (neste caso, as flores), podemos criar um efeito muito interessante no nosso jardim. Estaremos a usar uma das nossas plantas, bem adaptadas a um longo período de seca, e sem grande manutenção. Os oleandros deste jardim foram plantados há três anos, com o objectivo de criar mais privacidade, e foi instalado um sistema de rega gota-a-gota que ajudou bastante no crescimento da sebe. Este ano, a floração é simplesmente fantástica e assim será durante todo o Verão. A sebe está com mais de dois metros de altura. É uma planta que pode ser plantada a partir de uma estaca, o que pode ser feito a partir de Setembro.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Hoje foi dia de limpeza na Aroeira





Todos os anos, antes das alfarrobas amadurecerem, o que normalmente acontece em Agosto, há a necessidade de limpar o terreno por debaixo das copas das alfarrobeiras. E o que existe para limpar, não são as silvas, mas as espargueiras, com os seus longos picos. Por isso, temos que cortá-las e limpar todo o recinto, antes do início da apanha da alfarroba. Ao contrário de outras regiões que plantam as espargueiras e tiram proveito dos espargos, aqui, elas são a nossa maior dor de cabeça! Na Aroeira, um terreno em Messines, temos algumas árvores centenárias que, ano sim, ano não, produzem muita alfarroba, que é um dos produtos regionais mais conhecido. Este ano, coube-me a mim e ao meu pai esta tarefa. Cá para nós, acho que a minha família nunca sabe o que a espera quando vem de férias ao Algarve...
A Aroeira é o meu ginásio: toda a construção em pedra (material que não falta por lá) foi obra minha e só minha, sem a ajuda de máquinas ou ajudantes, e para lá tenho levado e plantado tudo o que posso recuperar do lixo, e que não precise de muita atenção.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Estranha prática agrícola ...

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Este é o mês de "tocar as figueiras". É mais uma das tradições algarvias associada, neste caso, à produção de figos, que tem tanto de estranho como de fascinante, e parece que ninguém sabe ao certo como e onde começou. A prática consiste em apanhar os figos quase maduros de uma figueira "toque", para ajudar na produção de melhores figos.
Esta variedade de figueira, cujo fruto não é comestível, apenas é mantida, a meu ver, por fazer parte desta tradição muito antiga, de ajudar ao crescimento dos frutos das outras figueiras, durante os meses de Julho, Agosto e Setembro. Os seus figos são portadores de uma preciosa carga: ovos depositados dentro dos figos por uma espécie de mosquitos que, na altura certa, eclodem (foto 3), e os novos insectos procuram de imediato novos figos em formação, para garantirem uma nova geração (foto 4). O pequeno insecto tem cerca de 1 milímetro de tamanho...
Segundo parece, o minúsculo mosquito, ao depositar os seus ovos em figos no início do seu crescimento, não só faz com que este cresça mais, como fique ainda mais doce. Antes deste figo estar maduro, os insectos voltam a sair e procuram mais uma vez os figos da figueira "toque", para assim sobreviverem aos meses mais húmidos. Durante muito tempo, pensei tratar-se de um mito, mas este ano revolvi investigar o pouco que se sabe sobre tudo isto, e acabei por também "tocar" as figueiras da Catita. Confesso que gosto de tradições...

sábado, 11 de junho de 2011

Um dos tomilhos do Algarve





O Algarve é aromático, e aqui está mais uma planta que torna isso possível. Crescendo em terrenos abandonados e em matos, o tomilho (Thymbra capitata) é uma das plantas aromáticas mais comuns aqui no Sul e, nesta altura do ano, encontra-se em plena floração. Com um aroma muito intenso, belas flores lilases e manutenção fácil, torna-se bastante adequada para jardins rochosos e bordaduras de caminhos. Normalmente, no local onde crescem não há ervas daninhas, e é claro que um clima seco também ajuda...  No inverno, e para perfumar a casa, gosto de queimar ramos de esteva e tomilho, funcionando como incenso, utilizando, para isso, os ramos secos de podas que faço ao longo do ano.
Na última foto, temos uma enorme e bela vespa solitária (Megascolia bideas) que, segundo parece, também gosta de tomilhos, e que eu desconhecia existir. Ao contrário das outras, esta é inofensiva.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Mais uma bela planta do campo!



Esta é mais uma planta (Echinops ritro) que descobri por cá, e que merece, a meu ver, toda a nossa atenção. Faz parte do grupo das alcachofras e é pouco comum no nosso país. Quando a vi pela primeira vez, fiquei encantado com as flores e com vontade de ter uma destas no jardim. Parece ser muito apreciada fora do nosso país, sobretudo nos Estados Unidos, onde as flores são utilizadas em arranjos secos. Por cá, como é selvagem, não merece lugar no jardim, o que é pena... Tenho andado a pensar em criar uma forma de partilhar sementes desta e de outras plantas com os seguidores deste blog. Gostava, por exemplo, de partilhar sementes e bolbos de plantas com interesse ornamental que são comuns no Algarve.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

É urgente salvar...





Já faltam poucos dias para a demolição desta casa dos anos 1950, possuidora destes pavimentos em mosaico hidráulico que marcaram a moda de então. Hoje em dia, infelizmente só existem um ou dois fabricantes no nosso país. Pois bem, esta tem sido a minha ocupação nos últimos dias, tentando salvar o que conseguir antes da destruição. Para além do pavimento, também existe uma cozinha forrada com azulejos da fábrica Lusitânia, estilo art déco com algum interesse. Estou  extasiado com a quantidade e a possibilidade de reutilizar todo este material em projectos futuros!