segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Um rosa quase extinto, numa amendoeira quase morta...







Outrora mais comuns, estas amendoeiras estão hoje condenadas à extinção, por terras do Algarve. Ninguém sabe ao certo quantas variedades antigas ainda existem hoje, mas de todas, as que produzem flor cor de rosa mais escuro, são certamente as que correm mais perigo de desaparecerem dos campos algarvios. Estas velhas árvores estão normalmente associadas a uma amêndoa que poucos conhecem fora desta região, e que, embora sendo conhecida, poucas pessoas as tinham antigamente.
A amêndoa-de-coco, ou ainda amêndoa molar, faz parte das variedades que produzem fruto de casca mole, sendo facilmente partida com os dentes ou dedos, mas uma das razões que fez com que, no passado, fosse pouco cultivada, era a sua fraca produção. Claro que estávamos num tempo em que se valorizavam os "frutos da terra" e a sua abundância, da qual dependia a sobrevivência das famílias. Hoje, no entanto, penso que esta variedade podia facilmente ser valorizada dum ponto de vista ornamental. E que bom seria uma destas nossas árvores antigas, e quase extintas, no jardim de todos nós... 
As fotos foram tiradas num terreno onde há um projeto para um novo shopping, a ser construído em breve e, claro, será mais uma árvore a abater, pois como diria o "outro", é só mais uma amendoeira, e o Algarve tem ainda tantas.
Mudando de assunto, hoje fiz mais um amigo, um pequeno lacrau!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Cores de fim de janeiro, do inverno florido algarvio







Excelentes dias de inverno, bons amigos e flores, muitas flores, é assim o Algarve dos segredos bem guardados. Palavras para quê?... Com a certeza, porém, de que nenhuma destas fotos faz justiça às emoções partilhadas com o coração. Este é o Algarve dos meus encantamentos, das rosas albardeiras (paeonia broteroi), amendoeiras em flor, dos lírios, das alfarrobeiras centenárias, e da costa com as suas falésias douradas.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Magnólias e proteas








Claro que não podia deixar de mostrar outras belas flores, fotografadas ainda na cidade do Porto, desta vez magnólias e proteas. Em relação às primeiras, existem por toda a cidade enormes árvores, carregadas de flores brancas e lilases; e as cada vez mais comuns magnificas proteas, da África do Sul, tendo encontrado grandes arbustos em muitos jardins: Confesso que foi uma agradável surpresa, que me deixou com vontade de experimentar no jardim da Casa Catita. Mas para isso ser possível, tenho de ir buscar terra ácida a Monchique, pois é um dos requisitos destas plantas.
As duas últimas fotos são mais pormenores do jardim do Palácio de Cristal.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Camélias


















Foram dois dias muito bem passados no Porto, na companhia dos meus bons amigos, que tudo fizeram para que não sentisse saudades do Algarve... Só tenho a agradecer muito à Bé e à Milay por me terem mostrado a cidade que elas tão bem conhecem.
Nesta altura do ano, o norte do pais, e em especial o Minho, não há casa que se preze que não tenham camélias nos seus jardins. Há-as de todas as formas e tamanhos, usadas como sebes, árvores, arbustos, criando espaços fantásticos, cheios de coloridas flores. No momento, parece que as mais floridas são as de flores dobradas, e normalmente são também as maiores. 
As camellias japonicas são originárias do Extremo Oriente, e uma das plantas mais velhas, conhecidas na Europa, encontra-se precisamente na região do Minho. No entanto, podem ser encontradas grandes concentrações também nas províncias espanholas da Galiza e Astúrias. Durante estes dias, não sei quantas variedades vi, mas segundo sei, existem milhares, e parece que o norte do país possui  uma boa parte delas. 
Desde sempre associei estas plantas a climas mais frios, mas fiquei muito surpreendido quando encontrei muitas em jardins na Florida, em plena região tropical. Para os mais distraídos, também o Algarve possui uma boa coleção, na nossa serra de Monchique.
As fotos dos majestosos pavões, e do lago, foram tiradas no jardim do palácio de Cristal.

Uma constatação nestes dias: como tem sido um inverno atípico, com temperaturas altas e pouca chuva, fez com que tudo o que está em flor no Algarve, esteja ao mesmo tempo em flor no norte, o que é um pouco estranho, pois o normal é acontecer bem mais tarde. 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Chaminé do mestre pedreiro Peixe...









Se há algo marcadamente algarvio, são as chaminés, e há-as de todas as formas, tamanhos e cores. Os estilos mudavam consoante a moda e a família que as construíam. Os mestres pedreiros influenciavam muito a forma, mais ou menos elaborada, destas chaminés, símbolos de ostentação dos proprietários, e hoje em dia ainda é fácil reconhecer os mestres e as regiões a que pertencem. Infelizmente, não parece existir muita informação sobre estes artistas de outros tempos, para se ter uma melhor compreensão deste património algarvio.
No caso da chaminé das fotos, foi construída numa casa localizada nas Benfarras, concelho de Loulé, no ano de 1928, e o seu estilo está presente noutras casas nesta região. Pensa-se que é obra da família de pedreiros locais, conhecida pelo apelido Peixe, e com várias gerações a trabalhar nesta área. Quero ainda chamar a atenção para os restos de tinta, que ainda são visíveis e provam a riqueza cromática dos primeiros anos, e para o seu interior. Este tipo de casas com açoteias permitiam, normalmente, um fácil acesso à chaminé e à manutenção da mesma.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Caminhada de domingo, e mais uma impressionante senhora dona oliveira










Foi um belo dia para caminhar com amigos, na Rocha da Pena, e encontrar mais alguns encantos naturais desta região da serra, tão pouco conhecida. Voltei a encontrar o pequenino narciso amarelo, endémico do nosso país, umas quantas amendoeiras em flor com as suas variações cromáticas, que vão do branco puro ao rosa intenso. Diferentes variedade e cruzamentos foram dando origem a diferentes cores.
Mais o que realmente gostaria de mostrar hoje, são algumas fotos que tirei de uma velha oliveira, que existe em Alfontes, e que pertence à família do meu amigo Ludgero. Com idade incerta, mas muitas vezes centenária, tem um perímetro na base de 5,30 m, e assemelha-se a uma escultura esculpida em pedra. É um verdadeiro exemplo de sobrevivência e robustez, tal como as muitas gerações de pessoas que cuidaram dela, na esperança de todos os anos colherem os seus frutos. 
Mais uma vez,  podemos estar na presença de uma árvore tão velha quanto o nosso país...