Antes que desapareça da paisagem por uma ou outra razão, ficam aqui algumas fotos que fiz ontem deste belo exemplar de arquitectura tradicional algarvia, da primeira metade do séc.XX. De estilo art-déco, esta casa está localizada fora da povoação de Boliqueime e, apesar do seu pequeno tamanho, refira-se a existência ao nível do telhado, de uma açoteia (em tempos esta servia, entre outras coisa, para a secagem de frutos); uma curiosa chaminé, em que a torre da igreja local serviu de inspiração, e junto desta, um pequeno mirante, de onde se tem uma vista dos campos em redor e da vila. Todos os pavimentos interiores são em mosaico hidráulico, outrora muito comum por cá.
Adoro estas casas, e fico triste quando as encontro neste estado de conservação.
José Júlio, boa tarde.
ResponderEliminarCá estou a estrear a caixinha dos comentários... acho que fui vendo as suas postagens e parei algures em julho, a guardar o endereço do blog. Talvez por isso, sempre que o abria, entrava infalivelmente no mesmo post... sou realmente muito distraída em algumas coisas...
Bom, agora está o assunto resolvido. Vou passando com atenção. Hoje foi a feira das velharias em Ferragudo e eu costumo ir por essas bandas fazer "feiroterapia"...
Conheço muitas casinhas, casas e casarões antigos... velhinhos e ou desmoronados. Também eu subo o olhar à procura de rendilhados a desenhar recortes no azul... e os lambrins e os frisos... depois baixo às pedras, às cantarias...aos azulejos...verdadeiras raridades, nos tempos que correm, pois toda a gente os quer.
Já agora, muito obrigada pela dica do mercado do Algoz. Já estava agendado um encontro para amanhã nesse local, com uma senhora, tendeira, de Trás-os-Montes que marcou ontem comigo para me arranjar "cascas" e sementes.
Agora...vou ao Matinho.
Gosto verdadeiramente do seu trabalho
BIA
Parte-se-me o coração quando vejo casas neste estado. Imagino sempre a quantidade de gente que albergou, as pessoas que ela viu passarem pelo seu interior, a quantidade de gerações que ela permitiu crescerem no seu interior, as alegrias, as tristezas, as paixões, os amores os desamores ... enfim, a imaginação é terrível!
ResponderEliminarAs refeições que sairam da cozinha, a mesa cheia de gente, as pessoas que sentiram segurança dentro dela e até poderão ter gostado dela de forma quase terna, como as crianças que um dia foram queridas de alguém, mimadas, e depois, muito mais tarde, resultaram em gente atirada para os bancos de jardim, solitários, os dependentes de qualquer coisa, seja ela droga ou não, que se arrastam incessantemente pelo mundo sem terem onde cair nem vontade de trabalhar nesse sentido ... fico sempre com uma sensação de vazio! Tal como aquela que tenho quando observo estas casas!
Na minha cabeça vou fazendo obras, vejo o que seria necessário, por onde começar ... mas quando chego ao campo das despesas ... penso melhor e viro-me para coisas que sejam exequíveis!
Já fiz a minha parte - salvei em tempos uma casa da ruína, e, mais recentemente, uma outra - mas também não eram casas deste gabarito, que para restaurar uma assim seria nacessária uma capacidade económica que não possuo!
Um bem-haja por acordar em nós coisas que podem resultar em situações práticas de reabilitação do construído
Manel
Bonita e poética reportagem. o Manel e a Bia tiraram-nme as palavras da mão.
ResponderEliminarluís
É um prazer partilhar as minhas paixões com pessoas como vocês, e fico muito feliz em saber que sou digno de tais comentários. Meus amigos, espero continuar a merecê-los.
ResponderEliminarObrigado