quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cores quentes de Outono









Estas são algumas das cores de momento no Algarve, que parece não querer dizer adeus ao Verão.
A luz do Sol,  este céu azul e o clima Mediterrânico, fazem desta região um sitio fantástico para se viver ao ar livre, durante a maior parte do ano. No Algarve, é possível cultivar plantas provenientes de quase todas as regiões climáticas do mundo, mas parece que só os estrangeiros residentes é que sabem disso. Normalmente, salvo raras exceções, claro, os mais belos jardins que podemos encontrar por cá pertencem quase sempre a alguém que não fala Português, o que é pena. Às vezes, penso que o problema reside no facto de não termos a capacidade de apreciar o que é belo e natural, e que estas "coisas" de jardins são uma perda de tempo...
Tenho assistido a situações muito estranhas de corte e podas radicais de belas árvores e plantas, por razões tão estúpidas como "estava a fazer muito lixo" ou ainda "tapava a vista da casa". Normalmente, fico triste e penso como diferente seria o Algarve se nada disto acontecesse.
Ao contrário de outros povos, que sentem um orgulho e um enorme prazer no seus jardins, por cá, parece acontecer precisamente o contrário. O mais importante é mostrar a casa, e o jardim, que deveria ser a moldura da mesma, é olhado como algo supérfluo.    
Hoje, ao admirar todas estas belas cores de Outono, senti vontade de partilhar, com  os seguem este blog,  aquilo que me vai na alma. Espero não me arrepender deste desabafo...

10 comentários:

  1. Olá Zé Júlio, suas flores e fotos são encantadoras. Aqui no Brasil, também encontramos esse tipo de pessoa que não aprecia as plantas e prefere tapar toda a área ao redor da casa com basalto. Ás vezes, penso que essas pessoas não possuem mente sã.
    Um grande abraço.

    http://olhareseleituras.blogspot.com/

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  2. Mas vocês já tem crisântemos em flor??? Ou sou eu que preciso de mudar de lentes??

    Concordo com as suas palavras. Quando o tuga compra o tereno para uma casa, manda cortar tudo, faz uma terraplanagem e depois da casa construída faz um jardim pindérico com relva, para gastar litradas de água, uns carneirinhos ou patos em barro e umas arvorezecas sempre com um ar miserável. Se um dia as árvores vingarem e ficarem grandes e frondosas, cortam-nas.

    A maioria de nós não tem o culto dos Jardins, apesar doo clima estupendo. Julgo que fomos todos camponeses pobres até há bem pouco tempo e queremos esquecer a natureza, que nos recorda a miséria ancestral.

    Bem, mas esquecendo as desgraças, encantei-me com as suas flores.

    o Zé júlio não gosta de rosas? Confesso-me um apaixonado

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  3. ... muita gente não tem o tempo e a paciência de que um jardim necessita para se desenvolver em harmonia e beleza. Os gostos são variados e ainda bem. A manutenção de um jardim dá bastante trabalho. O trabalho e a despeza só são gratificantes e trazem compensação a quem ama, gratuitamente, a Natureza. Muita gente que não fala português tem dinheiro para pagar a mão de obra... tem tempo para se dedicar e acima de tudo para apreciar os resultados.

    Não penso que as pessoas que escolhem não ter jardim sofram de algum mal, penso que é tudo uma questão de possibilidade, de opção e muitas vezes de gosto. Sempre ouvi dizer que contra gostos não há argumentos...

    Eu, cá por mim, sou a favor de jardins que disfarcem a casa, na paizagem! E quanto mais simples melhor...




    BIA

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  4. Bem, nós somos peritos em produzir lixo para os outros verem.
    Basta olhar as beiras destas estradas que percorrem Portugal.
    Num dia há pinhais frescos e verdes, prados que se enchem de florinhas na Primavera, no outro uma terraplanagem e montes de sucata a apodrecer bem ao lado daquilo que tinha sido uma estrada muito agradável de se calcorrear.
    Deitam-se abaixo campos verdes para, na semana seguinte, preenchê-los com explorações de argila e pedra, com os camiões a soterrar a paisagem sob toneladas de pó e a tornarem as estradas (e as casas de beira de estrada, que afinal são quase todas, pois as pessoas fazem tudo o que podem para que a casa fique bem no centro da via pública, mas, como as não deixam, constroem-na então a uns escassos metros da berma) em locais minados como terreno de guerra (sem qualquer cuidado das autarquias obrigarem os prevaricadores a voltar a arranjá-los).
    Nisto somos peritos!
    A paisagem em Portugal à beira da EN1, assim como de muitas outras estradas, é todo um conjunto de atentados ao encanto da paisagem.
    Uma pessoa, para esquecer a paisagem tenebrosa, passa por esses locais quase de olhos fechados ... será por isso que há tantos acidentes?
    E frente às casas ... bem, aí aquilo que os portugueses acham que é belo é sempre um grande relvado com ar pindérico (como se estivéssemos num país do Norte da Europa, onde chove quase todos os dias) e, se não há relvado, cobre-se tudo com cimento ou, se a pessoa tem um pouco mais de dinheiro, com aqueles "lagartos" de cimento que vêm até à rua, chegando mesmo a inundá-la ... para não sujar os sapatos quando chove!
    Qualquer sensibilidade para a beleza natural é perda de tempo, quando não confundida com "mariquice" para o tuga de classe média ou média baixa ... que afinal representa uma parte considerável da população!
    Estas suas fotos vêm contrariar esta visão apocalíptica da nossa paisagem, mas devem ser a excepção
    Manel

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  5. Que cores! Que FLORES!! e que fotos excelentes! Obrigado por compartilhar tanta beleza junta para nós. E parabéns pela maestria nas fotos.
    abraços

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  6. " A árvore quando

    está sendo cortada,

    observa com tristeza,

    que o cabo do machado

    é de madeira "

    abraços!!!

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  7. Concordo com todo o que foi dito com excepção dos relvados. Nada me dá mais prazer que andar descalça sobre a relva e prefiro gastar um pouco mais de água e poder usufruir desse prazer. E se as pessoas construíssem cisternas como antigamente se fazia podiam poupar bastante água.

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  8. É bem verdade que somos um povo pouco sensível à beleza.E isso nota-se não só nos jardins mas principalmente no urbanismo que temos( ou melhor na falta dele). Nas nossas cidades e aldeias não se vê praticamente flores nas varandas. Que inveja das aldeias da França, Suíça e Itália com as varandas cheias de vasos coloridos!

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  9. Olá,Zé Júlio!
    Como vai,meu amigo? Estive há tanto tempo à procura de teu blog... Havia perdido o teu endereço na net... Mas que bom que o encontrei novamente,pois não me canso de admirar a beleza e a sensibilidade que por aqui encontro! O teu blog é sem dúvida, uma alegria para os nossos olhos e a nossa alma... Parabéns !
    Depois de ler este teu lindo post,em forma de desabafo, não poderia deixar de mostrar a minha solidariedade com essa causa em defesa das plantas e flores ao nosso redor... E o pior,meu amigo, é que este "Algarve"que você hoje nos relata, é aqui no Brasil também!
    Também me revolto e fico triste, vendo a falta de cuidado e insensibilidade de muitas pessoas,em relação ao nosso ambiente natural... Tambem aqui reclamam que as árvores "sujam" as ruas, e que cuidar da natureza dá muito "trabalho"... Cimentam-se quintais, cortam-se árvores e acabam com tantas belas plantas, com a desculpa de que assim fica tudo mais "limpo"... Tudo uma falsa aparência da nossa realidade! E enquanto isso, é a natureza que mais sofre, sendo "colocada para fora" das nossas cidades... Ah, esses seres humanos e seus errados caminhos! Quanto tempo vai ser necessário para que a humanidade aprenda que também somos parte do mundo natural, e que todos os outros seres vivos são nossos importantes companheiros nessa grande viagem chamada vida?
    Perdoe-me também pelo pequeno desabafo... Mas ainda tenho esperanças que novas gerações tragam um pouco mais de luz à estes nossos conflitos ambientais,e assim, muitos outros novos jardins possam existir e enfeitar os nossos caminhos...
    Meu abraço solidário pra ti!
    Teresa
    (do blog brasileiro "Se essa lua fosse minha")

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