...onde outrora foi, talvez, uma sala de jantar. Hoje, o interior desta casa parece-se mais com um jardim de um pátio interior. Por razões de falta de espaço, esta casa nunca teve jardim, nem mesmo um simples vaso. Não será isto um capricho da natureza? Eu diria que mais vale tarde que nunca.
Acho que sou um respigador moderno... Não tenho uma profissão definida, não tenho colegas de trabalho, e vivo dos pequenos prazeres do dia-a-dia, difíceis de explicar. Tudo o que faço é feito com paixão e total entrega àquilo que, para muitos, não tem qualquer valor. Gosto de criar os meus jardins secretos, reciclando, sempre que possível, plantas e outras coisas que vou encontrando no meu caminho. Agradeço a visita daqueles que queiram partilhar das minhas paixões...
terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Descoberta do dia: ouriços-cacheiros
No sábado passado, fotografei um ouriço adulto que, descontraidamente, passeava pelo jardim, o que me deixou bastante contente. Vejo nestes animais verdadeiros parceiros meus no que diz respeito ao cuidar de um jardim, neste caso, o da Casa Catita, sobretudo no combate a pragas de insectos ou pequenos invertebrados. Estes últimos fazem parte da dieta destas bolas de picos, durante as suas digressões nocturnas.
Hoje, ao olhar para um monte de folhas por debaixo de uma alfarrobeira, achei que o monte tinha algo de diferente, e que algo parecia estar escondido ali. Com algum cuidado, decidi investigar e, qual não foi o meu espanto, dei de caras com quatro bolinhas de picos, a dormir numa cama de folhas secas! A mamã não estava por perto, e pude assim fazer uma sessão fotográfica que nunca tinha tido a oportunidade de fazer. E que prazer!
Estes animais (Erinaceus europaeus) alimentam-se, sobretudo, durante noite, e são originários da Europa, apesar de estarem bastante disseminados. Este ninho tem a média de crias (4) que habitualmente compõem as ninhadas, e podem viver entre 6 a dez anos. Espero que estes assim o façam!
domingo, 29 de maio de 2011
sábado, 28 de maio de 2011
Um fantástico tronco de oliveira
Esta foi parte da ocupação da manhã. Junto à ribeira de Algibre, no concelho de Loulé, encontrei esta oliveira milenar, possuidora de um majestoso tronco, mas que, dificilmente, podia ser contemplado. Como ando sempre com um serrote na carrinha, não pensei duas vezes e, pouco a pouco, fui retirando o mato que a envolvia. Valeu a pena o esforço de pôr a descoberto mais um belo monstro adormecido, e só de pensar que alimentou muitas gerações, merece todo nosso respeito. O trabalho não ficou concluído, mas fica a promessa de voltar num outro dia.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Mais uma planta para um jardim sustentável
É talvez um dos lírios mais comuns no nosso pais, que por cá, no Algarve, está sempre associado às sombras de oliveiras e alfarrobeiras. Infelizmente ficou baptizado como lírio-fétido (Iris foetidissima), só porque liberta um aroma desagradável quando as folhas são esmagadas. No ano passado, transplantei algumas plantas para o jardim que, infelizmente, ainda não produziram flores. Este pormenor, na minha opinião, nem sequer é o mais importante neste lírio mas, sim, o tufo de folhas que cria. E com uma outra grande vantagem, que é o de crescer bem na sombra e, por isso, é perfeito para plantações por debaixo de árvores. As fotos foram tiradas no habitat natural, num mato próximo de Boliqueime, aqui no Algarve.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
E assim está a Catita, mais verde que nunca...
... e apenas com água da chuva, até agora. Toda a vegetação visível nas fotos tem como característica comum, sobreviver ao longo Verão algarvio que, por hábito, é seco e quente. Não há regas extra, o que facilita muito a manutenção deste espaço, em vários aspectos: menos água, menos crescimento, logo, menos necessidade de efectuar podas mais tarde. Claro que um factor muito importante passa por seleccionar plantas mais adaptadas a esta realidade, por isso optei por muitas das nossas plantas. O local onde foram plantadas é o outro segredo: foram plantadas em zonas mais ou menos pavimentadas/construídas, zonas essas que conseguem reter uma maior quantidade de água/humidade, muito útil em épocas de seca.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Flores do Crinum moorei
Esta planta tem, talvez, uma das maiores flores brancas que conheço. É originária da África do Sul e há muito que é cultivada entre nós. Recordo-me de a encontrar em muitas das quintas em Sintra, em zonas húmidas e de sombra, e por isso associei-a sempre a estas condições. Aqui no Algarve, e para meu espanto, parece que a humidade não é de todo importante, pois tenho-a encontrado bem viva, junto de algumas ruínas e em que a única água, é a da chuva. Uma curiosidade: por cá, esta planta terá sido uma constante nos jardins das grandes casas do Algarve, o que parece ter caído infelizmente em desuso.
Na primeira foto temos o Vasco junto de um Crinum que cresce no jardim dele, na Quinta dos Reis, em Alcantarilha. Este ano consegui transplantar alguns para a Catita, agora é só esperar um ano para ver as suas espantosas flores brancas.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Enxertia de oliveiras
Ontem, e mais uma vez, ocupei-me com algo que me agrada muito fazer: enxertar os meus zambujeiros, também conhecidas por oliveiras bravas. Tal como acontece com muitas outras árvores, quando o objectivo é a produção de bons e belos frutos, e em maior quantidade, há sempre a necessidade de fazer o enxerto. E para isso existem algumas técnicas, e períodos do ano diferentes, que variam consoante a planta que queremos enxertar. No caso da oliveira, é muito fácil, e nesta mensagem os passos podem ser seguidos observando as imagem da esquerda para a direita. A explicação de todo o processo também pode ser obtida neste endereço: http://www.gforum.tv/board/623/79610/enxertia-de-borbulha.html. As árvores que vou enxertando, são mais tarde oferecidas aos clientes da casa ou alguém que me visite, e que mostre interesse por elas...
domingo, 22 de maio de 2011
Sinto-me rendido aos encantos desta natureza
Estas fotos podiam ter sido tiradas num qualquer jardim bem planeado e que, nesta altura do ano, poderia ser o alvo de visitas, só porque estas duas plantas estariam em plena floração. Na verdade, confesso estar cada vez mais rendido a esta natureza bem mediterrânica, que muito pouco precisa para ser intensamente bela e simples. Hoje, mais uma vez, caminhei pelo barrocal algarvio, e mais uma vez dou comigo no meio de um tapete de flores do campo, em que a combinação de cores e flores era digna dos melhores jardins que conheço. E, enquanto caminhava, pensava: aqui está uma verdadeira lição de estética, dada pela mãe natureza, totalmente gratuita, para muitos dos nossos profissionais na área do paisagismo. Para criar beleza, não é preciso muita coisa: os exemplos estão à nossa volta e basta olhar com atenção.
Fel-da-terra
Ontem, enquanto caminhava no campo, deparei-me com este belo cenário de flores de fel-da-terra (Centaurium erythraea). Acho que é a primeira vez que encontro tantas plantas em tão pouco espaço. Sem dúvida, um belo tapete cor-de-rosa. E, claro, logo me lembrei do seu uso medicinal em casa dos meus avós paternos em que, sempre que alguém tinha febre ou problemas digestivos, lá ia a minha avó buscar uma embalagem de papel pardo, dos muitos que guardava com outras plantas secas, tirava umas colheres do conteúdo e fazia um chá de sabor muito amargo, que só com uma colher de mel conseguia beber. Claro que ouvia sempre dizer lá por casa que quanto mais amargasse, melhor fazia. Hoje, é com nostalgia que recordo esses tempos, e após a morte de minha avó, nunca mais bebi o chá desta bela planta. Considero-a muito bonita, e perfeitamente adequada a jardins de baixa manutenção. Só como curiosidade, encontrei várias plantas com flores brancas, o que foge completamente dos tons rosa habituais.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Love is still in the air...
Depois do calor do sol... houve festa na Catita! Este ano, o jardim vai ser transformado numa creche. Não sei se há espaço para tanta gente! Bom fim de semana a todos.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Mais uma planta das nossas
Já há alguns anos que reparo nestas plantas (Scabiosa stellata) que, nesta altura do ano, crescem por todo o lado aqui no Algarve. As flores são interessantes, mas são as sementes (estes "pompons") que despertam mais curiosidade. Este ano vou apanhar sementes e espero tê-las a crescer no jardim no próximo ano. É uma planta anual de muito fácil cultivo e originária da Península Ibérica.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Horta à mesa
E por que não? Uma fruteira/horta transportável, que pode ser colocada junto à mesa do almoço no jardim, para, quando chegar a hora da sobremesa, bastar esticar o braço e apanhar a fruta. Assim surgiu a ideia desta instalação que começou com um antigo alguidar de barro, alguns morangueiros e uma base em ferro, comprada na feira de velharias em Portimão, no passado fim-de-semana.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
O jacarandá da Catita está em flor
As belíssimas flor do jacarandá são um motivo forte para passar nesta parte do jardim. Eu plantei o jacarandá há 8 anos, numa parte do jardim onde costumo ter legumes a crescer, e como gosto muito das flores lilases desta árvore, pensei que tinha encontrado o local perfeito. Na parte superior do jardim, existe um terraço que acompanha toda a fachada norte da Casa Catita e que, nesta zona, permite que a pessoa esteja ao nível da copa da árvore e possa, não só ver, como tocar nas bonitas flores. O desnível corresponde 2 m de altura. É uma árvore de muito fácil manutenção oriunda do Brasil, que terá sido introduzida por cá talvez no séc.XIII.
sábado, 14 de maio de 2011
"Love is in the air..."
Os sardões (Lacerta lepida) da Catita acordaram finalmente do seu longo sono de inverno. O macho, baptizado de Miguel, reside há muito tempo no jardim; recordo-me dele ainda pequeno (mais ou menos, há sete anos atrás), a habitar um buraco no tronco da alfarrobeira da casa, e, nos dias quentes de verão, a tomar banho quando se ligava a rega automática no jardim. Hoje deve ter meio metro de comprimento, arranjou companheira, de seu nome Rosa, montou casa num tubo de escoamento de águas, e parecem apaixonados! Ela parece vestida de missangas bem coloridas, e esperemos que seja a companheira ideal para o Miguel, dado que a esperança média de vida destes sardões (que se encontram apenas na Península Ibérica) é de cerca de 15 anos em liberdade. Podem chegar até 1 metro de comprimento, tornando-se, assim, nos maiores lagartos da Europa, com uma dieta essencialmente composta de invertebrados, alguma fruta e pequenos ovos. Bastante equilibrados, não??
A sessão fotográfica demorou algumas horas, de movimentos pausados para não os afugentar, e o Miguel manteve-se sempre muito próximo da sua companheira, não sei se para a exibir ou para a proteger...
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Jardim aquático florido
Hoje, ao passar próximo do lago, senti uma pequena inveja ao reparar nesta rã que, descontraidamente, estava sobre uma folha de nenúfar a apanhar um banho de sol matinal, enquanto que, por outro lado, uma das carpas tomava o pequeno almoço e partilhavam o mesmo cenário. Este pequeno lago, de águas paradas, tem neste momento duas plantas em flor. Diariamente exibe belas flores de nenúfar e, nos últimos dias, e pela primeira vez, lírios lilases aquáticos. Sempre tentei imaginar qual seria a perspectiva visual dos outros animais sobre o espaço que os rodeiam, e acho que, neste momento, este lago deve ter uma perspectiva muito interessante vista de baixo.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
E já lá vão 6 anos...
Comecei hoje a pintar a Catita com a ajuda do James Gilmour, um Britânico, que resolveu vir do Reino Unido para dar uma ajuda em troca do alojamento. A casa não era pintada na totalidade há seis anos e lembrei-me que, na última vez em que isso tinha acontecido, foi quando a revista "Casas de Portugal" fez o artigo sobre o meu trabalho de recuperação da mesma. Mudou bastante desde então, sobretudo ao nível do jardim e no tamanho das plantas. Os ciprestes por exemplo, estão gigantes. Sempre me considerei "desnutrido" no que respeita ao meu ego, e este artigo na revista foi uma espécie de cozido à portuguesa na minha dieta; engordei na altura, mas já voltei ao meu peso habitual, com umas recaídas pelo caminho... ;-)
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